Morre, no POG, autor de esquartejamento

Mohammed d’Ali dos Santos foi encontrado convulsionando em sua cela e faleceu antes da chegada do Corpo de Bombeiros

Postado em: 12-02-2016 às 00h00
Por: Redação
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Mohammed d’Ali dos Santos foi encontrado convulsionando em sua cela e faleceu antes da chegada do Corpo de Bombeiros

Thiago Burigato

O responsável por um dos crimes mais chocantes ocorridos em Goiânia nos últimos tempos morreu na manhã de ontem (11) na Ala A da Penitenciária Odenir Guimarães (POG), no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Mohammed d’Ali Carvalho dos Santos, condenado pelo assassinato e esquartejamento da jovem inglesa, Cara Marie Burke, foi encontrado convulsionando em sua cela e veio a óbito por volta das 9 hora. Ele tinha 27 anos.

De acordo com a Superintendência Executiva da Administração Penitenciária (Seap), Mohammed passou mal pela manhã e foi atendido pelo serviço de saúde da unidade prisional. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas quando os agentes chegaram, ele já havia falecido.

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Logo, cogitou-se que a causa da morte poderia ter sido overdose de drogas, o que foi refutado pelo diretor do POG, Alex Galdioli. “Pelo fato de ele ter tido convulsões, começaram as especulações, mas não há qualquer indício nesse sentido”, afirmou.

O diretor assegurou também que as análises iniciais não demonstraram qualquer indício de violência. “Não foi constatado nenhum sinal no corpo até o momento. Ele será encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para que sejam realizados os devidos exames.”

Galdioli ressalta que, da mesma forma, não há motivos para acreditar que ele tivesse sido vítima de violência dentro do presídio. Apesar de ter tentado matar um companheiro de cela em 2010, seu comportamento nos últimos tempos não teria dado motivos para a criação de novas inimizades. “Ele teve um histórico de brigas na prisão, mas desde que entrei no POG, há cinco meses, ele sempre teve um bom comportamento”, pontuou Galdioli.

Por nota, a direção do POG informou que uma sindicância está sendo instaurada para apurar as circunstâncias da morte. O caso foi registrado no 1º DP de Aparecida de Goiânia e também será investigado pela Polícia Civil.

Crime brutal

Mohammed cumpria pena de 21 anos  pelo assassinato da inglesa Cara Marie Burke, de 17 anos, em 26 de julho de 2008. O crime ganhou repercussão mundial devido à brutalidade com que foi cometido.

Segundo as investigações, Mohammed conheceu Cara em Londres ainda naquele ano. Morando em um mesmo apartamento em Goiânia, os dois passaram a frequentar bocas de fumo juntos, onde consumiam entorpecentes como crack e cocaína. No entanto, a relação entre eles não era das melhores. Com a reticência da jovem em oficializar a união, Mohammed tornou-se agressivo, fazendo com que a inglesa se mudasse para a casa de uma amiga no Jardim Novo Mundo.

O destino dela foi selado pouco tempo depois, após um telefonema de seu algoz pedindo que fosse até seu apartamento. Foi lá que o crime ocorreu.

Preso pouco tempo depois, Mohammed, à época com 21 anos, confessou ter assassinado Cara com dez facadas. Abraçando-a de costas, ele tapou sua boca e desferiu os golpes, perfurando o coração.

O corpo foi deixado no box do apartamento enquanto Mohammed ainda foi com amigos a um show da Mulher Melancia. Ao voltar, esquartejou o corpo, colocou as partes em duas malas e as desovou na proximidade do Rio Meia Ponte, na BR-153, no Conjunto Caiçara.

Cada detalhe foi narrado pelo  Mohammed ao juiz Jesseir  Alcântara em seu julgamento, em 2009, sem qualquer sinal de constrangimento. Pelo homicídio, destruição e ocultação do cadáver, ele foi condenado a 21 anos de prisão.

 

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