Como acabar com o entulho em Goiânia

Comurg recolhe mais 30 mil toneladas do resíduo por mês em Goiânia. Fiscalização e ecopontos são apostas para resolver problema

Postado em: 13-02-2016 às 00h00
Por: Redação
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Comurg recolhe mais 30 mil toneladas do resíduo por mês em Goiânia. Fiscalização e ecopontos são apostas para resolver problema

Deivid Souza

Mesmo diante da ameaça das doenças provocadas pelo Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e vírus zika, o descarte irregular de resíduos sólidos em Goiânia ainda é um grande problema. Todo dia a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) recolhe 1 mil toneladas de entulho na Capital. No final do mês são 30,5 mil toneladas deste tipo de resíduo que é encaminhado para o aterro sanitário. Apesar do trabalho, vários bairros da cidade convivem com o problema. Um deles é a Vila Rosa, Bairro da Região Sul, que tem na Avenida Leblon uma questão antiga: o local é limpo e dias depois está tomado de resíduos.

A população tem denunciado os casos. Por dia, a Companhia recebe cerca de 150 denúncias de irregularidades no descarte de lixo e entulho. Nem mesmo a fiscalização conseguiu frear o problema até agora. São 120 fiscais que emitiram nos últimos quatro meses 33 mil notificações. O presidente da Companhia, Edilberto Dias, explica que moradores e empresas clandestinas são os principais poluidores.

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As empresas regulares de recolhimento de entulho pagam 35 reais por caçam de até seis metros cúbicos. O HOJE estimou os gastos. Se considerado que cada metro cúbico pesa até 1,5 tonelada, o custo do depósito no aterro feito pela Comurg fica em cerca de R$ 100 mil reais por mês, desconsiderado o valor gasto com recolhimento e transporte até o aterro e o impacto ambiental. O preço médio de recolhimento em domicílio da caçamba de 6 metro cúbicos é de R$ 250, se todo esse trabalho fosse feito por particular, o valor pago chegaria a quase R$ 600 mil. No entanto, a Comurg não tem estimativa dessa despesa. “Isso gera um custo altíssimo, movimenta recursos, máquinas, servidores. Para retirar os resíduos precisamos de muitos caminhões. Toda essa energia poderia estar sendo usada em outro tipo de coleta ou de serviço”, assegura Dias.

Ecopontos

A aposta da empresa para minimizar o problema é a implantação dos Ecopontos. Estes espaços serviriam como locais de concentração de entulhos, galhadas e pneus. A ideia é que a população leve os resíduos até os ecopontos ao invés de depositar em local inadequado. O primeiro deles, na Vila Alpes, está prestes a funcionar, mesmo sob o protesto de moradores que tem que o ecoponto se transforme em lixão. Do local foram retiradas mais de 500 mil toneladas e está sendo feito o cercamento.

O presidente assumiu um compromisso com os moradores durante audiência pública que discutiu a implantação. “Esse é um projeto piloto. Vamos fazer um teste de 90 dias, se não funcionar nós vamos retirá-los”, dessa forma, nenhum dos outros que estão previstos serão instalados.

“A população tem que nos ajudar. Como que a pessoa joga um sofá na rua? O cata-treco está em dias, estamos fazendo mutirões nos domingos. Não precisa a pessoa descartar nas ruas”, protesta.

Multa

Quem desrespeita o Código de Posturas do Município e o Decreto Administrativo da Lei Federal do Plano Nacional de Resíduos n° 6514, está sujeito a multas de até R$ 5 mil. Àquele que cometer infrações de impacto à população e ao meio ambiente pode ter que pagar até R$ 50 mil se o desrespeito for praticado por indústria. 

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