Programa facilita visita a mães presas

Tinta, cola, pincéis, papel e caneta. O ambiente lembra diversão. Brincadeiras à parte, por trás de sorrisos há crianças que já têm

Postado em: 28-02-2016 às 00h00
Por: Redação
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Tinta, cola, pincéis, papel e caneta. O ambiente lembra diversão. Brincadeiras à parte, por trás de sorrisos há crianças que já têm em sua história uma mãe encarcerada. A brincadeira entre mães e filhos ocorreu, na quarta-feira (24), em Jataí, durante a visita dos filhos às mães presas. A ação faz parte do Programa Amparando Filhos – Transformando Realidades com a Comunidade Solidária, que é inédito no País e realizado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO). O Programa

Idealizado pelo juiz Fernando Augusto Chacha Rezende, da comarca de Serranópolis, o Programa Amparando Filhos – Transformando Realidades com a Comunidade Solidária foi instituído pelo Decreto Judiciário nº 2807/2015. A iniciativa tem por objetivo apoiar crianças e adolescentes, filhos de mulheres encarceradas nos presídios, no processo de desenvolvimento de suas habilidades individuais, interpessoais, comunitárias, psicológicas e sociais, no sentido de fortalecê-los para a construção de um projeto de vida pró-ativo e saudável, baseado em sonhos e metas, evitando-se a repetição da história familiar marcada pelo crime. (Texto: Arianne Lopes – Fotos: Aline Caetano – Centro de Comunicação Social do TJGO)

Visitas

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Atento a toda movimentação, estava o coordenador local do programa e diretor do Foro local, juiz Sérgio Brito Teixeira e Silva, que também é titular da 1ª Vara Cível e Infância e Juventude de Jataí. Ele disse que acompanha algumas visitas, para verificar se tudo está ocorrendo dentro da normalidade e se há algo a melhorar. “A ideia é fazer com que esse encontro seja realizado em ambiente diferente do cárcere. O presídio é um local pesado e os filhos dessas mulheres já sofrem com a situação. Por isso, há toda uma preparação para que esse momento não remeta a um presidio”, ressaltou.

O magistrado destacou que, estudos apontam que a chance de filhos de pais presos se envolverem no crime é maior quando a situação é diferente da proprocionada pelo Amparando Filhos. Assim, para ele, o programa proporciona o rompimento desse paradigma, por meio de um acompanhamento integral dos menores. “O importante da inciativa é romper com isso e fazer com que as presas repensem seus atos a partir do vínculo que é criado durante os encontros”, afirmou Sérgio Brito.

Bem-estar

De acordo com o juiz, as visitam ocorrem a cada 15 dias, no Centro Especializado de Assistência Social (Creas) e duram em torno de duas horas. Momento em que as crianças brincam, correm, participam de oficinas, assistem a teatros, lancham e, claro, ficam no colo da mãe. Além disso, as agentes prisionais que acompanham e fazem o transporte das presas ficam disfarçadas no meio das pessoas. “Tudo é pensado para proporcionar o bem-estar dos filhos das presas. Uma criança que não fez nada e não tem culpa do que a mãe fez não pode ser punida. O filho de uma mãe encarcerada já nasce praticamente preso também”, frisou.  

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