Emprego entre jovens rurais latino melhora

Porém, os desafios permanecem, como trabalhos precários, salários baixos e carga horária excessiva

Postado em: 08-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Porém, os desafios permanecem, como trabalhos precários, salários baixos e carga horária excessiva

Houve melhora na qualidade do emprego para os jovens de comunidades rurais da América Latina nas últimas décadas, porém, desafios permanecem, como trabalhos precários, salários baixos e carga horária excessiva, segundo estudo divulgado este mês pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

De acordo com a pesquisa “Juventude rural e emprego decente na América Latina”, a tendência de melhora ocorreu pela importante diminuição do emprego infantil na região, uma queda de 20% na última década dos jovens rurais ocupados no setor agrícola e um aumento semelhante dos ocupados no emprego rural não agrícola.

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“Graças ao aumento do emprego assalariado formal, atualmente existe um setor de jovens que tem maior cobertura social, maior renda e em geral melhores condições de trabalho que a grande massa da população rural”, disse a FAO.

Apesar dessa relativa melhoria, ainda menos da metade dos jovens tem um trabalho decente quando considerada a renda, e a maior parte sofre com carga horária excessiva.

Segundo o estudo, a grande massa dos jovens rurais trabalha em piores condições que os adultos, os trabalhos apresentam mais riscos, são mais precários, recebem salário menor e têm menos acesso à seguridade social.

Atualmente, quase 40 milhões de jovens entre 15 e 29 anos moram em áreas rurais nos 20 países da América Latina. Desse total, a maior parte — 11,9 milhões — é inativa, cerca de 9,6 milhões trabalham no setor agrícola e 8,2 milhões exercem atividades não agrícolas.

De acordo com o estudo, entre os jovens inativos, a maior parte é mulher. Nas áreas rurais há uma proporção significativa de jovens que não estudam e não trabalham, o que enfraquece a trajetória laboral e o acesso à seguridade social. Os jovens representam 58,1% dos inativos rurais, o que equivale a aproximadamente 6,7 milhões de jovens na região.

“Os dados mostram que em muitos países da América Latina o trabalho decente ainda está muito longe para uma grande maioria da população jovem rural”, disse Martin Dirven, responsável pelo estudo.

Dos que trabalham na agricultura, a maior parte é homem e assalariada. A proporção entre homens e mulheres jovens que trabalham em atividades não agrícolas é mais semelhante, enquanto no emprego não agrícola a maior parte dos jovens também é assalariada.

Estima-se que somente 25% da população rural ocupada tenha acesso à seguridade social, e entre jovens a sindicalização costuma ser mais baixa que entre adultos. 

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