Pontos de ônibus: A cobertura é o sol ou a chuva

Quase metade dos pontos de ônibus da Região Metropolitana de Goiânia não têm cobertura

Postado em: 16-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Quase metade dos pontos de ônibus da Região Metropolitana de Goiânia não têm cobertura

Deivid Souza

Chuva, sol, calor e muito calor. Essa é a rotina de usuários de 2.806 pontos de ônibus da Região Metropolitana de Goiânia (RMG). Em locais como a Avenida 24 de Outubro no Setor Campinas, em Goiânia, a espera do transporte coletivo é um grande transtorno. A maioria das paradas da via não oferece proteção alguma. Em um dos pontos, 25 pessoas se espremiam debaixo de uma banca e alguns centímetros da loja de calçados em frente ao local para fugir do sol às 10h30 de ontem.

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“Tem que usar sombrinha ou procurar sombra, mas nem todo lugar tem jeito. E o pior é que o ônibus é muito demorado”, reclamava a técnica de enfermagem, Railda Selma Nogueira do Lago, 49. No mesmo ponto, a manicure, Raquel Pereira da Silva, 31, tentava se proteger o filho no colo. “Uso o ônibus todo dia. É um transtorno e lá no meu bairro, no Setor Rio Formoso, alguns pontos têm cobertura e outros não”, protestou.

O espaço pequeno faz com que algumas pessoas entrem para a loja de calçados do comerciante, Eduardo Alves do Prado, atrapalhando a entrada de clientes no estabelecimento. “Chega a fechar a porta. Às vezes tenho que pedir licença. Enquanto estão na calçada não posso falar nada, porque a calçada é pública, mas quando estão na loja tenho que pedir, por favor, para saírem”, conta.

No Setor Central, os pontos não atendem ao tamanho da demanda. No cruzamento das Avenidas Araguaia e Anhanguera, principalmente no horário de pico, dezenas de pessoas ficam do lado de fora da cobertura. Além disso, outras paradas no Setor Central estão cheias de colagens de cartazes promocionais. O estado de conservação dos pontos também preocupa. Na Rua 84, no Setor Sul, eles estão enferrujados. Na Rua 10, Setor Universitário, há vidros quebrados, mas lá eles são vítimas de vândalos que danificaram o patrimônio público que foi instalado como modelo na Capital.

Corredor

A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) informou ao O HOJE que existem 6.123 pontos de embarque e desembarque nos 18 municípios atendidos pela companhia. Portanto, os mais de 2,8 mil que não têm cobertura correspondem a 45,8% do total. De acordo com a companhia, a Avenida 24 de Outubro será contemplada com pontos de embarque e desembarque de quatro metros de largura, iluminação especial, vidros nas laterais e acesso a deficientes físicos. A solução acontecerá quando for implantado o Corredor Preferencial de Ônibus, cujo processo de licitação da obra já está finalizado.

No entanto, as outras paradas sem cobertura não têm previsão para melhoria. A CMTC afirma que não tem recursos financeiros para tal e busca levantar o dinheiro junto ao governo federal, municípios da RMG e governo do Estado.

 

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