Quadrilha rouba R$ 17 milhões em cargas

Dez pessoas foram presas. Os suspeitos são o proprietário e empregados de uma empresa de frete que desviavam mercadorias

Postado em: 23-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Dez pessoas foram presas. Os suspeitos são o proprietário e empregados de uma empresa de frete que desviavam mercadorias

Karla Araujo

Apenas neste ano as equipes da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar) já apreenderam mais de 300 toneladas de cargas roubadas. A última quadrilha investigada pelo crime foi presa ontem (22) após deflagração da Operação Poison. Dez mandados de prisão foram cumpridos com o fim da investigação iniciada em janeiro deste ano. A suspeita é que o prejuízo causado nos três anos de ação da organização criminosa tenha sido de aproximadamente R$ 17 milhões.

Além de Goiás, a quadrilha também atuava no Distrito Federal, Tocantins, Mato Grosso, Minas Gerais e Maranhão. O delegado titular da Decar, Alexandre Bruno de Barros, explica que os membros da quadrilha trabalhavam em uma falsa empresa de frete. “Enganado, o proprietário da carga acionava a empresa para transportar determinada mercadoria. Horas ou dias depois, era informado que o produto havia sido roubado”, afirma Barros. 

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De acordo com Barros, a investigação começou quando a Decar recebeu a denúncia do roubo de uma carga de produtos agrícolas. “À medida que apuramos o caso, percebemos que se tratava de desvio de carga e começamos a investigar o dono e empregados da empresa”, diz o delegado. A polícia acredita que a quadrilha realizou pelo menos 80 desvios de mercadorias. Entre os presos estão o dono da empresa de frete, motoristas e receptadores. Ainda segundo Barros, inicialmente, os suspeitos negaram-se a falar em depoimento, mas depois confessaram o crime. 

“Mesmo que não confessassem, temos muitas provas que apontam o envolvimento de cada um deles”, garante o delegado. Os mandados de prisão foram cumpridos em Goiânia e Região Metropolitana. Ao cumprir os mandados, foram recuperados R$ 700 mil em óleo usado em veículos automotores. A mercadoria estava em uma fazenda do dono da transportadora. O grupo vai responder por furto qualificado, falsificação de documento, adulteração de sinal identificador e organização criminosa.

Casos

No início do mês, a Decar realizou outra apreensão de mercadoria utilizada em veículos automotores. Três pessoas foram presas pelo furto de pelo menos 440 litros de óleo lubrificante. A delegada adjunta da Decar Marcella Cordeiro Orçai explicou na época que o funcionário de uma loja especializada localizada no setor Parque Oeste Industrial, em Goiânia, aproveitava o momento em que estava sozinho no estabelecimento para furtar a mercadoria. 

Quando encontrava um momento oportuno, o funcionário acionada um comparsa, que ia à loja buscar os produtos. Os proprietários não desconfiavam de Vitor porque nas imagens das câmeras de segurança ele aparecia sempre com uma nota de venda mão, como se estivesse realizando um procedimento normal. 

A mercadoria apreendida vale R$ 5 mil, mas a polícia acredita que o prejuízo é maior, pois os furtos, diz a delegada, podem ter começado em dezembro do ano passado. Em março, dois suspeitos de receptação qualificada e associação criminosa foram presos. No caso, parte da carga de leite em pó estava exposta à venda e a outra foi encontrada escondida em galpões que tinham os suspeitos como proprietários. 

Em fevereiro, outra quadrilha foi presa por roubo e receptação de combustíveis. A Decar informou que a quadrilha furtava diesel do Centro de Distribuição de Combustíveis da Petrobrás, no Jardim Novo Mundo, e levavam para distribuidores maiores. Posteriormente o diesel era revendido para donos de postos de combustíveis.

 

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