Falta seringa em Cais de Aparecida de Goiânia

Funcionários usam cota variável do material diariamente e separam dez unidades para emergências. Pacientes são orientados a voltar depois

Postado em: 02-08-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Falta seringa em Cais de Aparecida  de Goiânia
Funcionários usam cota variável do material diariamente e separam dez unidades para emergências. Pacientes são orientados a voltar depois

Karla Araujo

Mesmo com as medidas de emergência tomadas pela Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia, pacientes continuam indo embora do Cais Nova Era sem receber atendimentos que envolvem seringas de 3 ml. A reportagem do O HOJE esteve no local ontem (1º) e conversou com funcionários da unidade que confirmaram que o problema acontece há semanas. As seringas de 3 ml são usadas na aplicação de todos os tipos de vacinas, com exceção da BCG. Por nota, a secretaria informou que o problema aconteceu porque a assistente farmacêutica responsável por solicitar o material entrou de licença maternidade, o “que atrasou um pouco a elaboração do processo de compra”.

Uma enfermeira que não quis se identificar disse que os funcionários estavam usando seringas de 5 ml para administrar as doses, mas as últimas seringas que chegaram têm uma espécie de capa que impede o uso em capacidade menor para qual é fabricada. Ainda segundo a funcionária, é comum que responsáveis pela direção do cais busquem seringas em outras unidades. “Em alguns dias o material é suficiente para a demanda, mas em outras ocasiões não. Sempre deixamos dez seringas para casos de emergência, como a aplicação das vacinas antitetânica e anti-rábica”, explica a funcionária. Para isso são separadas dez seringas. 

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A auxiliar de serviços gerais Cleide Moreira Lima, 42, teve que voltar para casa sem que a filha Lorrane Ester Lima Costa, 7, tomasse a vacina contra a febre amarela recomendada pelo médico durante consulta feita no próprio cais. “Eu moro na Vila Alzira e o lugar mais perto para tomar a vacina é aqui. Hoje teve a consulta e poderíamos resolver tudo de uma vez, mas vou ter que voltar aqui de novo”, afirma Cleide. Ela diz que vai tentar a dose no Centro de Saúde da Vila Brasília, mais próximo de sua casa, mas acredita que não vai conseguir. “Para estas vacinas eles costumam encaminhar os pacientes para o Cais Nova Era”, diz Cleide.

Josiane Dias Rodrigues, 15, é nora de Cleide e está em Aparecida de Goiânia há 15 dias com a filha Kemilly Victória, de seis meses. Ela foi ao cais para uma consulta e precisa que a filha tome as vacinas que deveriam ter sido administradas aos dois, três e quatro meses. “Ela está um pouco gripada e só poderá tomar vacina quando melhorar. Como hoje não conseguimos para a Lorrane, já fico apreensiva quanto à vacina da Kemilly”, diz a mãe. 

Paliativo

Por nota, a SMS confirmou que faltaram seringas durante a manhã de ontem, mas informou que a secretaria conseguiu mais 120 unidades, que foram enviadas a tarde para o Cais Nova Era. Até as 16h o material ainda não havia chegado. Ainda de acordo com a secretaria, o material é emprestado de unidades de saúde públicas parceiras, como Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa), unidades de Goiânia, Senador Canedo ou outras cidades da regional Centro-Sul, pactuadas com o município. 

Ainda segundo a pasta, quando a remessa própria chega, o material emprestado será devolvido. No texto, a pasta garante que a falta “por enquanto é apenas de seringas”. O processo de compra do material deve ser finalizado nos próximos 20 dias. Na semana passada, houve reclamação de falta de seringas também no Cais Colina Azul, mas o problema foi sanado.  

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