Mau cheiro ainda incomoda moradores

Problema antigo, o odor torna-se insuportável no período de estiagem

Postado em: 09-08-2016 às 06h00
Por: Renato
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Problema antigo, o odor torna-se insuportável no período de estiagem

Mardem Costa Jr.

O mau cheiro é uma tormenta que incomoda os moradores da região Norte de Goiânia há muitos anos, especialmente no período de estiagem. Nessa época há a diminuição da vazão do rio Meia Ponte agravando o problema, que de acordo com moradores ouvidos pela reportagem de O HOJE ocorre durante a manhã – entre 6h e 9h, depois do entardecer e, dependendo do dia, por toda a madrugada.
Cansados de esperar uma solução, os moradores protestaram ontem, nas primeiras horas da manhã. Cerca de 100 pessoas participaram da manifestação e, pelo menos 400 subscreveram um abaixo assinado, cobrando uma resolução definitiva questão. Segundo o presidente da Associação de Moradores do Goiânia 2, Jurandir Rosa, um laudo da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) teria apontado o funcionamento da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Saneamento de Goiás (Saneago) como responsável pelo mau odor.
“Cremos na responsabilidade da ETE. O Governo de Goiás implantou redes de coleta de esgoto nos córregos da cidade, que desembocam na estação, além do chorume do aterro sanitário. Ao mesmo tempo, somente duas das quatro etapas da operação de esgoto foram finalizadas, e suspeitamos que a ETE não esteja suportando a carga atual”, diz. Rosa pretende reunir cerca de 70% dos moradores do bairro numa ação judicial. “Vamos cobrar indenização pelos prejuízos que o mau cheiro nos causa. Não dá mais para aceitar essa situação”.
O delegado Luziano Carvalho, da Delegacia Especializada em Meio Ambiente (DEMA), acredita que tanto a Saneago quanto a Cargilll – antiga Unilever – são responsáveis pelo mau odor na região. 

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Outro Lado
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Cidades, Infraestrutura e Assuntos Metropolitanos (Secima) informa ter notificado a Cargill a realizar novas análises físico-químicas da água da Estação de Tratamento de Efluentes da companhia em um laboratório independente. A ETE da Saneago também foi notificada pela Secima a realizar novas análises. 
Por sua vez a Cargill afirma ter investido mais de R$ 13 milhões em projetos relacionados ao meio ambiente, com o objetivo de eliminar quaisquer impactos advindos de suas operações e que monitora constantemente os indicadores ambientais da unidade. A empresa ressalta que laudos enviados aos órgãos responsáveis atestam sua normalidade e que os moradores podem ter acesso à fábrica para acompanhar o trabalho de monitoramento feito pela multinacional americana.
Sobre a demora na finalização da ETE, a Saneago informa que as obras estão em andamento, com previsão de conclusão para 2018 e que não há problemas operacionais na estação que contribuam para o aumento do odor na região e que está realizando, em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFG), um estudo de odor na região. 

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