Mãe mata recém-nascido e esconde corpo por 5 anos

Defesa da acusada deve alegar instabilidade mental e depressão pós-parto. Polícia aposta em crime premeditado

Postado em: 11-08-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Defesa da acusada deve alegar instabilidade mental e depressão pós-parto. Polícia aposta em crime premeditado

Um crime que abalou a cidade veio à tona na última quarta-feira (10). A professora Márcia Zaccarelli (37), foi acusada asfixiar e ocultar o corpo da filha recém-nascida durante cinco anos. O ato aconteceu em Goiânia e desde 2011 o corpo do bebê estava oculto dentro de uma caixa no escaninho de um condomínio no setor Bueno, zona sul da capital.  De acordo com a defesa, todas as ações indicam depressão pós-parto e instabilidade mental da acusada. 
Fruto de um relacionamento extraconjugal, a criança foi encontrada pelo ex-marido da professora enquanto limpava o apartamento para venda. De acordo com o indivíduo, na época do crime nunca soube da gravidez da, até então, esposa e que a Márcia nunca chegou a contar ou aparentar estar gerando a criança. Ainda segundo as investigações, a mulher nunca fez acompanhamento pré-natal e engordou pouco durante a gravidez. 
O motivo alegado pela acusada foi que o casamento passava por momentos conturbados e o marido havia feito cirurgia de vasectomia, razão pela qual não haveria como explicar a gravidez. De acordo com o advogado de defesa, Marcell Evelin de Paula, a acusada demonstrou total arrependimento e abalo com a descoberta do crime.

Acusação 
Ao O HOJE, a delegada Ana Claudia Stoffel, responsável pelo caso, afirmou que existe a possibilidade de que a acusada tenha premeditado o crime. O não acompanhamento da gravidez e ações omissas são pontos fortes contra Márcia. “Ela nunca chegou a fazer pré-natal ou enxoval, não contou para ninguém sobre a gravidez e foi ao hospital ter a criança sozinha.” Conta. 
Ainda segundo a delegada, a professora não quis revelar a identidade do verdadeiro pai da criança, decisão que será respeitada durante o inquérito. “Respeitamos o fato da acusada não revelar o nome do pai. Em seu depoimento ela afirmou que o amante nunca soube da gravidez, então não pode ser acusado de nenhum crime”. Stoffel conta que a acusada afirmou que não se desfez do cadáver como forma de manter a criança próxima dela.
A professora, que agora está presa na 14ª Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH) vai ser acusada de homicídio e ocultação de cadáver, podendo pegar pena de seis a vinte anos de reclusão. 

Depressão 
Para o advogado Marcell Evelin de Paula, apesar da impossibilidade de um exame que comprove depressão pós-parto na época, tudo indica que a acusada sofria de transtornos mentais e emocionais. Para ele a maneira como o caso se sucedeu refuta a acusação de um possível crime premeditado. “Claramente não foi algo pensado, a própria escolha do local para ocultação demonstra que a minha cliente não premeditou o crime, e sim estava mentalmente e emocionalmente instável”.
A defesa afirma ainda que Márcia estava altamente abalada e arrependida do ato durante depoimento e que aguarda finalização do inquérito para análise completa do caso. “Ainda não tivemos acesso a todo o material, como o depoimento do ex-marido da minha cliente, aguardamos fechamento do inquérito para elaboração da defesa”, finaliza o advogado. 
 

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