Praça do Cruzeiro apresenta desmazelo

Bruna Policena

Há dois anos a Praça Comendador Germano Roriz, mais conhecida como Praça do Cruzeiro foi tombada como patrimônio histórico de Goiânia, assim como vários outros prédios e espaços públicos da capital que já eram considerados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). No entanto, quem passa pelo setor Sul, observa o desmazelo com o Monumento ao Cruzeiro que se localiza no centro da praça e o mato alto que toma conta do espaço.

Construída em 1947 e tombada por decisão do juiz substituto em segundo grau Delintro Belo de Almeida Filho, da  5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), a praça se manteve sem alterações. Mas o espaço sempre foi criticado pela falta de manutenção e o mato alto, o que deixa a praça deserta e não fornece um ambiente atrativo para lazer e apreciação histórica. Em visita ao local, O Hoje constatou que também havia muitas calçadas e meios-fios quebrados.  

Na época, o relator defendeu que a praça está localizada em um dos bairros mais antigos da cidade, construída com influências francesas no seu projeto arquitetônico revolucionário e assim, podia representar a memória cultural da formação de Goiânia. Atualmente, este espaço público não tem muita atração, e muitas pessoas em condições de rua usam a praça como abrigo. E o monumento também sofre ações de vandalismo.

A medida de tombar a praça como espaço histórico foi uma forma de proteção ao monumento ameaçado pela retaliação da Praça do Cruzeiro, em que um projeto urbano proposto pela Prefeitura, na época, previa ampliar as avenidas 90, 87, 86 e 84 e colocar 12 semáforos. O que exigiria recortar a praça em seis partes, e o monumento ficaria desalinhado e desprotegido. No site do Iphan a praça ainda não está incluída na lista de espaços tombados como patrimônio histórico, mas já foi reconhecida pela justiça.

A assessoria de comunicação da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) informou ao O Hoje que é responsável pela manutenção das praças da Capital, e ressalta ainda, que este serviço é realizado diariamente, em forma de escala, em todas as praças da cidade. Mas de acordo com a população que mora perto ou transita pela praça com frequência, é perceptível a demora na manutenção e no corte do mato que tampa o monumento e deixa a praça com aparência de abandono.

A Comurg pontuou que a Praça do Cruzeiro recebe diariamente os devidos serviços de limpeza e conservação. Mas segundo a assessoria, nesta época de chuvas torrenciais, a realização do trabalho é mais difícil e o mato cresce muito mais rápido. E como a Companhia tem que atender todas as praças e espaços públicos da cidade, a demanda dos serviços está grande. No entanto, afirmaram que está prevista para esta próxima semana a visita e limpeza da Praça do Cruzeiro.