Clínicas de hemodiálise continuam com repasses atrasados

O não pagamento da verba já se estende desde o final do ano passado

Postado em: 24-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O não pagamento da verba já se estende desde o final do ano passado

Bruna Policena

Em reunião nesta manhã de segunda-feira (23), o recém prefeito Iris Resende encontrou com Comissão de Clínicas de Hemodiálise para discutir a questão dos atrasos no pagamento das clínicas credenciadas, que atendem pacientes com doenças renais. O não pagamento da verba já se estende desde o final do ano passado e pacientes estão sendo penalizados pela falta do tratamento. 

A assessoria do prefeito ainda não divulgou nenhuma nota sobre o que foi tratado na reunião e sobre possíveis soluções para a crise. As clínicas não estão aceitando novos pacientes e em alguns casos interrompendo o tratamento dos que dependem do serviço para viver. Desde setembro que usuários do sistema protestam contra a dificuldade de conseguir a hemodiálise, e as clínicas reinvidicando providencias.

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Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) conseguem o tratamento em clínicas particulares credenciadas, e a prefeitura faz o repasse do valor do serviço. No entanto, as clínicas afirmam que o custo atual de cada sessão de hemodiálise é de R$ 250, e lhe são repassados apenas R$ 179, com um prejuízo mensal de cerca de R$ 50 mil.

No entanto, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Aldair Novato, também esteve em reunião com o atual prefeito Iris Resende na última sexta-feira (20), em que atualizaram assuntos da real situação da saúde na capital, e a crise na nefrologia foi pauta da discussão. 

De acordo com o presidente, o Conselho esteve a par da crise há dois meses, em que a Sociedade Goiana de Nefrologia apresentou as dificuldades em manter o tratamento dos pacientes sem a verba que precisa ser passada pela prefeitura. Aldair explica que o tratamento tem custos consideráveis e a tabela de valores ainda é a mesma de vinte anos atrás, sem reajustes. 

O presidente da Sociedade contou para Aldair que a crise se arrasta há um bom tempo, mas que no inicio o dinheiro pago pelos pacientes que não necessitam do SUS ajudava a manter o tratamento dos que dependem desse recurso. No entanto, o valor repassado pela prefeitura não acompanhou a inflação e hoje sem a verba não há condição alguma de manter os tratamentos.

Na reunião com o conselho, Iris afirmou receber uma prefeitura com problemas orçamentários imensos, mas Aldair tem esperanças de que nesse novo mandato a crise não se estenda, já que o prefeito entendeu que esse assunto é prioridade, em que são mais de 1,5 mil doentes renais só em Goiânia e destes, quase 90% dependem do SUS para fazer o tratamento.

O Hoje também entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, e até o fechamento da edição, não obteve respostas.

 

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