Eike fica calado em depoimento e advogado diz que ele só fala em juízo

A informação é do advogado Fernando Martins, que defende o empresário e acompanhou ao lado dele o depoimento

Postado em: 01-02-2017 às 08h00
Por: Redação
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A informação é do advogado Fernando Martins, que defende o empresário e acompanhou ao lado dele o depoimento

O empresário Eike Batista reservou-se ao direito de falar
apenas em juízo durante o depoimento na tarde de hoje (31) na Delegacia de
Combate ao Crime Organizado e Desvio de Recursos (Delecor), na sede da
Superintendência da Polícia Federal do Rio. A informação é do advogado Fernando
Martins, que defende o empresário e acompanhou ao lado dele o depoimento.

“Ele não falou nada. Ele se reservou ao direito de falar
somente em juízo. Na verdade o depoimento começou atrasado e, no procedimento
normal da Polícia Federal e do Ministério Público, eles têm que fazer as
perguntas e em todas elas ele responde que se reserva ao direito de falar em
juízo, por isso que demorou. Não foi esse tempo todo que estão noticiando. Foi
bem menos do que isso”, informou o advogado em entrevista à Agência
Brasil, explicando  porque o empresário permaneceu por mais de três
horas na Superintendência.

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“Ele vai passar a limpo [dar as informações] em juízo e
esclarecer o que tem a esclarecer, eventuais acusações. Vai falar ao longo do
processo. Na verdade, não existe processo ainda”, completou Martins.

Eike Batista deixou as dependências da PF às 18h46,
acompanhado de quatro agentes, em um carro preto sem caracterização da polícia.
Antes, pouco depois das 17h, saíram de lá os procuradores Eduardo El Hage e
Leonardo Cardoso de Freitas, que é o coordenador do grupo do Ministério Público
Federal à frente das investigações das operações Calicute e Eficiência. De
acordo com Fernando Martins, a permanência do empresário no local por quase
duas horas depois da saída dos procuradores se deu em consequência de
procedimentos da Polícia Federal.

“Aí foi procedimento da Polícia Federal. O depoimento já tinha
acabado. Foi um procedimento interno da Polícia Federal, talvez de logística.
Não sei dizer. Quando os procuradores saíram, terminou o depoimento”, contou.

Pedido de habeas corpus

O advogado disse que ainda não há decisão da Justiça Federal
sobre os pedidos de habeas corpus e de transferência para uma unidade
de polícia em Benfica. “São pedidos em separado. Uma petição pedindo que ele
fique em um local em Benfica e o habeas corpus que é uma questão
jurídica”, explicou.

O pedido de habeas corpus, segundo Martins, foi
encaminhado ao Tribunal Regional Federal e será analisado pelo desembargador
Abel Gomes. Eike Batista está preso desde ontem (30) na Penitenciária Bandeira
Stampa (Bangu 9), Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste.

Preso nas investigações da Operação Eficiência, Eike é
suspeito de lavagem de dinheiro em um esquema de corrupção que também atinge o
ex-governador do Rio Sérgio Cabral, que está preso. Ele e o executivo Flávio
Godinho, seu braço direito no grupo EBX e vice-presidente do Flamengo, são
acusados de terem pago US$ 16,5 milhões a Cabral em troca de benefícios em
obras e negócios do grupo, usando uma conta fora do país. (Agência Brasil)

Foto: reprodução (Fernando Frazão/Agência Brasil) 

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