Municípios goianos já registram casos de Variante Gamma Plus

Cepa preocupa por ser mais transmissível, apontam pesquisadores

Postado em: 20-08-2021 às 08h26
Por: Maiara Dal Bosco
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Cepa preocupa por ser mais transmissível, apontam pesquisadores | Foto: Reprodução

Municípios goianos já contam com casos confirmados da variante Gamma Plus, apontam pesquisadores. A Gamma Plus é derivada da Gamma – cepa encontrada em Manaus e denominada anteriormente como P1. Detectada em amostras de diversas cidades do Estado, a Gamma Plus preocupa os especialistas por ser consideravelmente mais transmissível. 

De acordo com a professora Mariana Telles, coordenadora do projeto de mapeamento das variantes do Sars Cov-2 realizado na Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Goiás e Instituto Federal de Goiás, a alteração genética dessa variante está em uma parte do vírus que responde pela velocidade com que ele entra nas células do corpo infectado. Esta alteração também é encontrada na variante Delta (Índia).

No primeiro conjunto de 62 amostras sequenciadas pelo projeto, 54 eram do tipo Gamma, uma Alpha (Reino Unido) e sete da Gamma Plus. Já no segundo conjunto de 61 amostras analisadas, 40 eram do tipo Gamma, 20 da Gamma Plus e 1 B.1.153. 

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“Neste ritmo rápido e constante de mudanças do coronavírus, o sequenciamento de genomas é uma ferramenta necessária para o monitoramento da evolução do genoma do vírus, sua patogenicidade, suas modificações, adaptações e dispersão em uma epidemia. Com esse tipo de abordagem é possível avaliar a ocorrência e o surgimento de mutações e subgrupos de genomas virais, monitorar quais desses subgrupos estão presentes em determinadas regiões geográficas (municípios) e eventos de migração de determinados subgrupos genômicos entre regiões geográficas diferentes”, ressalta Mariana Telles. 

Investigação

Em Goiás, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), os casos da variante Gamma Plus estão sob investigação e que o Estado aguarda posicionamento do Ministério da Saúde para confirmar se ela pode ou não ser considerada de alto risco. Outros 27 casos que já foram confirmados, são resultado dos 123 sequenciamentos feitos por meio do governo, prefeitura, UFG, PUC-Go e IFG. 

O Hoje entrou em contato com SES-GO para verificar em quantos municípios já existe a nova variante. Em nota, a pasta informou que o Ministério da Saúde ainda não reconhece a terminologia “Gamma Plus”. “Somente é reconhecida pelo Ministério da Saúde a variante Gama (P1), que já está em circulação em 68 municípios do Estado”, diz o comunicado.

Cinco dos 12 casos da Delta em Aparecida foram em imunizados

Mais 12 casos da variante Delta do novo coronavírus foram detectados em moradores de Aparecida de Goiânia, que conta, agora, com 16 casos confirmados desta variante até o momento, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). De acordo com a pasta, destas 12 pessoas, cinco já foram vacinadas com a primeira dose da vacina contra a Covid-19, e outras duas já receberam as duas doses, estando com a imunização completa. 

Além disso, a SMS divulgou que os infectados, dentre esses 12, que são sete do gênero feminino e cinco do masculino, fizeram os exames RT-PCR de detecção da Covid-19 na primeira quinzena deste mês e têm idades que variam dos 6 aos 65 anos de idade. Há ainda cinco pessoas que apresentam comorbidades. A descoberta foi feita pelo Programa de Sequenciamento Genômico da Prefeitura de Aparecida, trabalho iniciado em abril deste ano. 

De acordo com a pasta, a equipe do Programa está em contato com nove dentre as 12 pessoas que tiveram a infecção detectada agora e constatou que, destas, oito não precisaram de internação e uma está internada desde a última terça-feira (17). 

Transmissão comunitária 

O secretário de Saúde do Município, Alessandro Magalhães, voltou a reafirmar, como já havia feito no início deste mês, que a variante delta já está em transmissão comunitária em Aparecida. Ele acrescentou, ainda, que já comunicou as novas detecções à Secretaria Estadual de Saúde (SES). “Estamos diante de uma variante muito contagiosa. A Fiocruz já apontou que a Delta estava presente, em junho, em 2,3% dos casos no Brasil, já em julho esse percentual subiu para 21,5%. É vital identificá-la o mais cedo possível para fazer o bloqueio e deter a disseminação do vírus. Até aqui, percebemos que os sintomas da Delta se assemelham, muitas vezes, a resfriados, alergias ou crises de sinusite, e isso faz com que muitos subestimem o perigo,” afirmou.     

Alessandro Magalhães destaca que, até o momento, Aparecida já executou 1.376 sequenciamentos genômicos, técnica que permite identificar a informação genética contida nas amostras dos exames RT-PCR realizados maciçamente na cidade e que já identificou 13 variantes no município. Após as quatro primeiras detecções da Delta, a SMS intensificou o sequenciamento no município para monitorar a presença da variante dentro do cenário local. (Especial para O Hoje)

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