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domingo, 24 de novembro de 2024
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Apenas duas regiões possuem internet de qualidade em Goiânia

Região Noroeste tem a pior cobertura de internet e rede móvel na Capital

Postado em 28 de agosto de 2021 por Victoria Lacerda
Apenas duas regiões possuem internet de qualidade em Goiânia
Região Noroeste tem a pior cobertura de internet e rede móvel na Capital | Foto Reprodução

Em um mundo cada vez mais conectado pela internet, as periferias de Goiânia vêm ficando para trás. Bairros distantes do Centro apresentam falhas na telefonia móvel que dificultam o acesso com a internet e outras funções básicas ofertadas pelas operadoras. Esses problemas, porém, não ocorrem em bairros centrais, onde a concentração de renda é maior.

De acordo com um estudo realizado pela Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), há uma desigualdade no acesso a internet móvel na capital goiana. Em Goiânia, apenas duas das sete regiões possuem quantidade proporcional de antenas e habitantes.

Segundo recomendações técnicas, para se ter uma boa qualidade de sinal, é necessário se ter uma antena de telecomunicações para cada mil habitantes. Entretanto, na Capital a média é de 1.814 usuários por antena. Ainda de acordo com o estudo, essa desigualdade pode aumentar com a implementação do sinal 5G, o que deve ocorrer em 2022, já que essa nova tecnologia requer cinco vezes mais antenas do que no formato atual.

Em Goiânia a melhor região para se ter acesso ao sinal de internet móvel é o Centro. Neste local, a média de usuários por antena é de 1.058. Em seguida, vem a região Sul (1.195) e Norte (1.962). Essas regiões são, também, as regiões que mais concentram residências com renda superior a 1,5 salários mínimos.

Já a pior região da Capital é a Noroeste. Na região, a média de usuários atendidos por antena é de 3,7 mil, quase quatro vezes a mais que o recomendado. Os bairros que compõe a região também representam a menor concentração de renda da capital.

Wesley Melo é morador da região Noroeste de Goiânia, e explica que, às vezes, quando o wi-fi está indisponível, é necessário recorrer a internet móvel, que quase nunca funciona. “Um problema recorrente aqui é a falta de energia, o que impede o acesso ao wi-fi. Quando tento recorrer à internet móvel é uma experiência irritante e me faz perder a paciência. O sinal não chega e a gente tem de ficar procurando um local com sinal para enviar e receber mensagens”, conta.

Em seu trabalho, como professor, a instabilidade também o afeta negativamente, às vezes o obrigando a finalizar a aula. “Algumas vezes, principalmente quando o wi-fi cai, eu tenho a obrigação de finalizar a aula. Tento recorrer a internet móvel, mas a lentidão não me dá estabilidade para trabalhar’, conta.

O problema principal nessas regiões é a falta de antenas. Segundo Luciano Stutz, presidente da Abrintel, há sim interesse das operadoras de telefonia em atender melhor as periferias. Ele explica, também, que por obrigação, essas operadoras devem oferecer cobertura em pelo menos 80% da cidade para seguir o que ele chama de “interesse de mercado”. Segundo Luciano, há 92 pedidos de instalações de novas antenas de telecomunicações aguardando aprovação em Goiânia.

Essa nova expansão significaria um aumento de 10%, porém, a demora ocorre no processo de licenciamento por parte da Prefeitura de Goiânia. De acordo com o Estado, atualmente existem 716 pontos para o funcionamento do 5G. Sendo que, para Stutz, a expansão estimada deve atender apenas as regiões mais adensadas da Capital, Centro e Sul.

Porém, devido à burocracia, muitos desses processos costumam demorar. Entretanto, a Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh), informou que nos últimos anos vem revisando e atualizando os regulamentos relacionados a instalação de novas antenas.

Nesse período, segundo a Seplanh, o prazo médio de emissão de alvarás diminuiu 90%. A secretaria diz, também, que tem cumprido os prazos estipulados e que a demora ocorre, em muitos casos, devido inconsistências em dados ou documentos necessários para a emissão destas autorizações e ressalta que está proporcionando que os investimentos necessários para ampliação de cobertura sejam feitos.

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