Bombeiros voaram quase 20 mil quilômetros com vacinas

Aeronaves da corporação ajudam a agilizar o processo de entrega e vacinação da população

Postado em: 13-09-2021 às 09h50
Por: João Paulo
Imagem Ilustrando a Notícia: Bombeiros voaram quase 20 mil quilômetros com vacinas
Aeronaves da corporação ajudam a agilizar o processo de entrega e vacinação da população | Foto: Reprodução

A chegada da vacina do novo coronavírus foi um passo importante para o combate contra a pandemia que já perdura há mais de um ano e meio. A distribuição delas deve acontecer de maneira ágil para acelerar o cronograma de vacinação para, enfim, ter o sonhado dia em que vai ser declarado o fim da pandemia. E quem contribui para que as vacinas cheguem a várias cidades de Goiás ao mesmo tempo em um curto espaço de tempo é o Corpo de Bombeiros.

No Estado, as aeronaves disponíveis para esse serviço já sobrevoaram quase 20 mil quilômetros em 17 missões para levar vacinas para vários municípios. Um dos pilotos é o major Eduardo Campos Cardoso, que já está há 17 anos na corporação. “A gente consegue fazer um trajeto de cerca de 1,6 mil quilômetros em poucas horas, sendo que, se fosse realizado de carro, demoraria quase 24 horas ou mais”, pontua.

O major conta que quem determina para onde serão levadas as vacinas é a Secretaria de Estado da Saúde (SES), que também manda uma pessoa para acompanhar todo o trajeto. “A nossa contribuição veio em um momento necessário para as cidades avançarem na vacinação. Além disso, tinham doses da Pfizer que necessitavam de um armazenamento diferente, com temperatura mais baixa que o normal. Caso fosse utilizado um carro, a logística poderia sair prejudica e também perder vacinas, o que não pode acontecer”, destaca.

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Assim, a SES já manda toda a carga em um armazenamento adequado, com um termômetro para acompanhar a temperatura. “Essa pessoa que acompanha vai para fazer um monitoramento para que nada aconteça com as doses”, pontua. Ele lembra que as aeronaves já atenderam as cidades de Rio Verde, Catalão, Posse, Campos Belos e Porangatu. Um dos percursos mais realizados pela aeronave Bombeiro 03 (avião modelo Embraer Sêneca III), envolve o trajeto que se inicia em Goiânia e vai para Posse, Campos Belos, Porangatu e termina com pouso em Goiânia.

Apenas neste percurso, se fosse por via terrestre, levaria cerca de 24 horas de viagem, pois seriam 1.578 quilômetros a serem percorridos por uma viatura. O avião Bombeiro 03 gasta um total de 5 horas neste percurso, já incluídos os tempos de pouso, entrega das vacinas, e decolagem das respectivas cidades. A agilidade trazida pelo transporte aéreo é fundamental na missão de levar as vacinas para todo o Estado.

Outras finalidades

O major conta que as aeronaves também já realizaram outros serviços, como vacinas de H1N1, soros antiaracnídicos e antiofídicos, totalizando mais de 75 mil doses. Além disso, os aviões já foram adaptados para servir como UTI aérea e até levando órgãos para serem transplantados. “É muito importante que as pessoas saibam que não só apenas vacinas são transportadas. Nós também realizamos o transporte de órgãos para serem transplantados e pessoas que receberão esse transplante. Além do resgate aeromédico”, pontua.

E continua: “Todo esse procedimento conta com a presença de um médico e enfermeiro que transforma toda a cabine em uma UTI aeromédica. E as viagens não são apenas aqui no Estado. Já busquei pacientes em São Félix do Xingu (PA), Gurupi (TO) e até uma criança para fazer um transplante em São Paulo, pousando no Campo de Marte”, destaca.

Há quase duas décadas na corporação, o major se descreve como privilegiado. “A gente sabe que está ajudando o próximo. Ajuda a termos sensibilidade nesse momento tão complicado. É muito bom saber que a gente está levando a vacina para evitar estado grave e mortes. É uma satisfação muito grande de imaginar o tanto de pessoas que estamos ajudando. Me sinto lisonjeado”, finaliza.

500 mil imunizados

Na última quarta-feira (08), Goiânia ultrapassou a marca de meio milhão de pessoas completamente imunizadas contra a Covid-19. O total de 503.336 pessoas receberam a segunda dose ou a dose única da vacina, o que equivale a 43,05% da população acima de 18 anos.

O prefeito Rogério Cruz comemorou nas redes sociais. “Nossa esperança se multiplica a cada dose aplicada, por isto, vamos seguir firmes para garantir proteção a todos os goianienses. Parabéns aos profissionais da saúde que lideram esta nobre luta“, escreveu.

“Chegamos a meio milhão de pessoas que completaram o esquema vacinal e isso mostra o compromisso da gestão municipal para com o cidadão goianiense”, comentou o secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso. “Hoje, por exemplo, estamos com nove pontos específicos para a segunda dose e lembramos que o reforço é muito importante para garantir a imunização”, disse ele.

A primeira dose sem agendamento ficou disponível durante três dias da última semana em 19 pontos na cidade. “Disponibilizamos esses pontos em diversos locais para facilitar o acesso da população à vacinação e não há necessidade de agendamento. É só chegar e se vacinar”, explicou o secretário.

Estudo indica que 63% dos casos são a variante Delta

A variante Delta, originária da Índia, já corresponde a 63% das infecções ativas no Brasil. O dado é da Rede Corona-ômica, formada por pesquisadores de todo o País e veiculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Segundo a Secretaria de Estado e Saúde de Goiás (SES-GO), já foram confirmados, até o momento, 55 casos e 2 óbitos em decorrência da cepa indiana em Goiás.

De acordo com a pesquisa, a linhagem da doença ainda não foi identificada em apenas dois estados, Acre e Roraima, onde há casos em investigação. Quase a totalidade dos 37% dos outros casos ativos no país são da variante P1, de Manaus.

O coordenador da Rede Corona-ômica, Fernando Spilki, avalia que a presença da Delta no país é um padrão já mostrado na Europa. “Provavelmente a imunidade de curta duração que tivemos com o surto de grandes proporções de Gamma atrasou a disseminação da Delta, mas o caminho dela está bem determinado em vários estados, deslocando outras variantes. Principalmente, desalojando a Gamma e ocupando protagonismo. Felizmente não temos ainda aumento do número de casos, exceto no Rio de Janeiro. Mas isso ainda pode ocorrer nas próximas semanas”, explica.

Segundo a Secretaria de Saúde de Goiás, já foram confirmados 55 casos e 2 óbitos em decorrência da variante Delta em Goiás. A secretaria informou, também, que os casos foram confirmados em Santo Antônio do Descoberto (01), Valparaíso (01), Novo Brasil (01), Palestina de Goiás (01), Pires do Rio (01). São João da Aliança (02), Mimoso de Goiás (02), Urutaí (02), Goiânia (15), Aparecida de Goiânia (26) e Nerópolis (01).

Os óbitos pela variante foram confirmados em Palestina e Aparecida de Goiânia. Em Goiânia e Aparecida de Goiânia, a transmissão da cepa já é considerada comunitária. (Especial para O Hoje)

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