Caiado afirma que não haverá necessidade de racionamento de água em Goiânia

Governador abriu barragem de propriedade rural com o objetivo de reequilibrar Bacia do Rio Meia Ponte, que está com volume próximo ao nível crítico IV, com vazão de 2 mil litros por segundo

Postado em: 22-09-2021 às 15h48
Por: Giovana Andrade
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Governador abriu barragem de propriedade rural com o objetivo de reequilibrar Bacia do Rio Meia Ponte, que está com volume próximo ao nível crítico IV, com vazão de 2 mil litros por segundo. | Foto: Reprodução

Em ação realizada nesta quarta-feira (22/09), o governador Ronaldo Caiado participou da abertura de uma comporta de barragem na Fazenda Amaralina, localizada na zona rural de Goiânia, e afirmou que não haverá racionamento de água na região metropolitana da capital. Atualmente, a Bacia do Rio Meia Ponte está com volume próximo ao nível crítico IV, com vazão de 2 mil litros por segundo, e o objetivo da abertura é reequilibrar essa disponibilidade.

Após liberar a vazão da represa, Caiado enfatizou que a medida é uma precaução, mas ressaltou que é importante e necessário evitar o desperdício de água.

A ação conta com a parceria de produtores rurais, que se dispuseram a abrir as comportas. No total, são nove barragens de parceiros, mas até o momento apenas uma delas foi aberta. A justificativa dada pelo Governo é de que não há necessidade de abrir as demais e que, visto que há disponibilidade hídrica nessas instalações, não será instituído um plano de racionamento.

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Caiado destacou também a colaboração do produtor rural Airton Eustáquio Braga, proprietário da Fazenda Amaralina, onde está localizada a barragem, que buscou a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) para ser um parceiro no armazenamento de água e também gerar a própria energia elétrica. “Hoje ele é um produtor de água, é algo que tem que ser aplaudido”, disse o governador.

A propriedade rural de Airton atua no ramo de pecuária e agricultura e não usaria as reservas hídricas, com volume de 10 milhões de metros cúbicos, acionadas pelo Governo do Estado. “Eu não sou proprietário disso, sou apenas um fiel depositário de cuidar dessas águas. Essas águas são dos goianienses, então isso aqui vai ser passado para que cada goianiense possa ter o dia a dia dele mais saudável e feliz”, disse o proprietário da fazenda.

Sobre a recente falta de água em alguns setores de Goiânia, Caiado explicou que houve o rompimento de uma adutora que interliga o Sistema João Leite, o que pode ocorrer ocasionalmente. “Acabamos de sobrevoar a estrutura que está com quase 80% da sua capacidade”, disse.

O plano de ações para evitar o desabastecimento de Goiânia e região Metropolitana, estruturado pelo Governo de Goiás, envolve o fim dos conflitos pela disputa de água que existia na bacia, a regularização dos usos e o estabelecimento de controles eletrônicos, com a implantação de motobombas monitoradas e Estações de Monitoramento das Vazões.

Em 2020, o Estado intensificou a fiscalização em barragens, visando a segurança das propriedades e também daquelas pessoas que moram abaixo dos reservatórios. Além disso, abriu diálogo com produtores que, ao longo de 2021, à medida em que o nível do rio diminuía, adotaram medidas para minimizar o consumo.

Para a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis, as parcerias geraram um processo de “pacificação social” na localidade. “O processo é colaborativo de todos pela cidade e a cidade pelo campo”, ponderou ao lembrar que as mudanças climáticas têm acarretado menor disponibilidade de chuvas.

O presidente da Saneamento de Goiás S/A (Saneago), Ricardo Soavinski, explicou que os sistemas de abastecimento estão, hoje, interligados por uma adutora de integração entre os Sistemas João Leite e Meia Ponte. No período de estiagem, isso permite uma captação inferior ao que está previsto para o Meia Ponte. “A Saneago está captando apenas 1,1 mil, apesar de ter uma outorga de dois mil”, contabilizou ao destacar que, anteriormente, a água consumida em Goiânia era captada principalmente no Meia Ponte.

Para o presidente da Saneago, foi executado um plano estratégico preventivo. “Quero tranquilizar a população. Todo mundo tem que usar de maneira consciente a água, mas a situação está muito sob controle. Essa abertura da barragem também é planejada”, declarou. Soavinski defendeu ainda a regulação do nível da água para garantir qualidade de prestação de serviço, aliada à preservação ambiental.

Decreto hídrico
No último mês de maio, o governador Ronaldo Caiado assinou um decreto com medidas para garantir a segurança hídrica em Goiás. O documento estabelece regras para o fornecimento de água, detalha ações voltadas para preservação das bacias hidrográficas dos rios Meia Ponte e Piancó, bem como prioriza captação para consumo humano e hidratação de animais.

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