Pesquisa da FGV e Ibre mostra Goiás em 26º lugar no ranking da fome no Brasil

30,1 % da população do Estado vive em pobreza diz FGV

Postado em: 31-12-2021 às 08h45
Por: Redação
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30,1 % da população do Estado vive em pobreza diz FGV | Foto: Reprodução

Por Guilherme de Andrade e Ítallo Antkiewicz

Pesquisador Daniel Duque da Fundação Getúlio Vargas e Instituto Brasileiro de Economia (FGV – Ibre) levantou em pesquisa que 30,1% da população de Goiás vive em pobreza e extrema pobreza. O estudo foi realizado em todas as capitais brasileiras e tem como base janeiro de 2021, em relação ao mesmo mesmo período em 2020. O Estado é 27% no ranking nacional, onde as regiões Norte e Nordeste são as mais castigadas.

“Vemos que a energia aumentou, combustível também. E quando tem aumento nesses dois itens básicos de produção e distribuição, significa que vai ficar mais caro produzir. Se fica mais caro produzir, fica mais caro para a revenda também. Em cenário pandêmico, a crise ganha ainda mais força e a parte mais pesada dessa conta ficou para a parcela mais vulnerável da população. A inflação medida pelo índice de preços ao consumidor amplo, o IPCA, subiu mais de 8% em 12 meses. Um aumento de 3,77% só no primeiro semestre deste ano”. Explicou o economista goiano, Aurélio Troncoso.

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“Para ajudar as famílias mais necessitadas indico fazer compras associadas, ou seja, por atacado. Isso pode ser feito com familiares e amigos, rachando a conta. Dessa forma, o consumidor compra em mais volume e paga menos”, sugeriu o economista.

“Está tudo muito caro, a gente não sabe mais o que fazer, vou fazer compras e não sei o que comprar. A gente não consegue comer mais carne, pois o dinheiro não dá. A alta no preço dos alimentos, nos obriga a deixar de fora do carrinho itens essenciais,tenho que selecionar alimentos para conseguir comer. ” Disse a dona de casa Maria Pereira.

Para explicar os efeitos da pandemia na vida das pessoas do residencial JK, dona Nascirleide Silva conta que não esperava passar por tanta dificuldade: “Meu esposo perdeu o emprego e minha filha especial perdeu atendimento com psiquiatra e psicólogo”. Mesmo tendo pouco ela sempre agradece, a Deus, em primeiro lugar e a quem a ajuda diretamente, e finaliza dizendo “Eu espero que as coisas melhorem porque é muito difícil ficar sem trabalhar com as crianças precisando das coisas e você não poder dar”.

Para dona Divina Oliveira o drama não é diferente: “São 3 pessoas morando na mesma casa e apenas o marido dela faz alguns “bicos”, mas não tem emprego fixo. Uma grande queixa para dona Divina, que tem problemas de saúde, foi a indisponibilidade do serviço de saúde pública durante a pandemia, “os postos de saúde aqui passaram muito tempo fechados”, diz JK.

Dados da Federação Brasileira de Bancos (Febrabam) divulgados ontem mostram que neste fim de ano, a alta da inflação, para quase 70% dos brasileiros entrevistados, está impactando na alimentação e no consumo diário das famílias, e ainda 42% avaliam que o principal impacto da inflação é no preço do combustível.

Pelo levantamento, recente alta da inflação prejudica a alimentação e o consumo diário, para a quase 70% dos brasileiros neste final de 2021 e 42% avaliam que o principal impacto da inflação é no preço do combustível.

A Região Centro-Oeste segue com a gasolina mais cara do Brasil, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Apesar, de uma leve baixa causada pelo preço internacional do barril de petróleo que teve leve queda.

A quarta edição doRadar Febraban da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostra também que, em caso de melhora da situação financeira e de sobra de recursos do orçamento doméstico, a principal opção de investimento dos respondentes é a compra de imóvel: 35%, sendo este o maior percentual desde o início da série histórica da pesquisa.Em seguida, vêm os investimentos bancários (22%), a reforma da casa (18%) e a aplicação na poupança (18%).

Realizada no período de 19 a 27 de novembro, com 3 mil entrevistados em todas as cinco regiões do país, a quarta edição do Radar Febraban avaliou a evolução da expectativa dos brasileiros sobre os seguintes temas e apresenta ainda um recorte regional: situação da economia e consumo, bancos, pix e golpes e tentativas de golpes.

O estudo soma-se ao Observatório Febraban e à Febraban News, criados em 2020, como instrumentos para estreitar o diálogo do setor bancário com os brasileiros, tornando-se polo de notícias, conteúdo e ponto de encontro de debate.

“A pesquisa mostra que a percepção sobre a inflação tem peso relevante pelo impacto direto no poder de compra e na qualidade de vida da população, mas por outro lado, sugere ainda que o desejo dos consumidores em comprar imóvel em 2022 pode animar o setor imobiliário no próximo ano”, aponta o cientista político e sociólogo Antônio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), responsável pela pesquisa.

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