Nomeação na UFG: Entidades ligadas à comunidade acadêmica repudiam intervenção na reitoria

Ex-reitor da UFG, Edward Madureira Brasil definiu a situação com sentimento de indignação e revolta

Postado em: 12-01-2022 às 09h30
Por: Maiara Dal Bosco
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Ex-reitor da UFG, Edward Madureira Brasil definiu a situação com sentimento de indignação e revolta | Foto: Reprodução

Diversas entidades ligadas à comunidade acadêmica se posicionaram contra a intervenção do presidente Jair Bolsonaro na nomeação da nova reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), que foi publicada ontem (11) no Diário Oficial da União. Angelita Pereira de Lima, diretora da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da UFG, foi nomeada para o cargo no mandato de 2022-2025, mesmo sendo apenas o terceiro nome na lista tríplice definida pelo Conselho Universitário (Consuni) e enviada ao Ministério da Educação (MEC) no dia 18 de junho de 2021. A lista era liderada pela atual vice-reitora da UFG, Sandramara Matias Chaves, que continua no cargo como reitora em exercício até o dia 14 de janeiro.

Em nota, o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato), o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos das IFEs do Estado de Goiás (Sint-Ifesgo), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFG, a Associação de Pós-Graduandos da UFG, a Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), a União Estadual dos Estudantes de Goiás (UEE-GO), a União Nacional dos Estudantes(UNE) e a Associação de Egressos e Egressas da UFG repudiaram a postura – definida como antidemocrática, do presidente Jair Bolsonaro, que decidiu não nomear a professora Sandramara Matias Chaves como reitora UFG, mesmo tendo sido a mais votada em consulta à comunidade universitária.

“O ato de Bolsonaro e seu ministro da Educação desrespeita a vontade da maioria dos professores, estudantes e trabalhadores técnico-administrativos da instituição e despreza a autonomia universitária”, diz o comunicado, ressaltando que, a existência da autonomia universitária, por ser importante, foi colocada na Constituição Federal, como um direito fundamental ao funcionamento das universidades e instituições federais de ensino.

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Posicionamento

Em coletiva de imprensa realizada no final da tarde de ontem (11), a reitora em exercício e primeiro nome da lista tríplice ao cargo de reitora, Sandramara Matias Chaves, afirmou que a expectativa era de que minimamente, pelo menos a escolha da Universidade fosse respeitada. “É revoltante porque é um ato desse governo que desrespeita a UFG, a comunidade dessa Universidade e o nosso Conselho Universitário. A questão que está posta é um ato que desrespeita e afronta a autonomia da UFG”, afirmou a reitora em exercício.

Presente na coletiva de imprensa, o ex-reitor da UFG, Edward Madureira Brasil definiu a situação com sentimento de indignação, revolta e desapontamento profundo. “É um desrespeito, acima de tudo, à universidade pública brasileira. A UFG é mais uma vítima do que tem acontecido desde o início de 2018.  Fizemos absolutamente tudo como a professora Sandramara disse: dentro da legislação mas, infelizmente, convivemos com o resquício do autoritarismo e da ditadura militar”, afirmou o ex-reitor à frente da UFG por três mandatos. Ele destacou ainda que a Universidade saberá tomar as decisões e tomar as atitudes que precisam ser tomadas. “Sempre prezamos o diálogo e a transparência, e entendo que a Universidade vai sair mais forte desse processo”, finalizou.

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