Com déficit em estoques, Hemocentro e hospitais de Goiás precisam de doação de sangue

Por Ítallo Antkiewicz

Alguns hospitais de Goiás estão precisando com urgência de doações de sangue de qualquer tipo para atender pacientes. Em alguns dos locais, como o Hemocentro, os estoques estão com um déficit de 41%. Já em outros, como o Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, a queda foi de 30% nas doações.

Conforme algumas unidades, um dos motivos da queda nas doações é que muitas pessoas estão impedidas de doar, pois pegaram Covid-19, dengue ou gripe. Após ter alguma destas doenças, o doador pode ficar até 30 dias sem poder doar.

De acordo com a Rede Hemo, que atende 222 unidades de saúde em todo o estado, a baixa nas doações gerou uma situação crítica. Nesse mesmo período, em 2021, o déficit nas unidades do Hemocentro era de 22%.

Já o Hospital Araújo Jorge, que é especializado em atendimento a pacientes com câncer, informou que os tratamentos da unidade exigem transfusão de sangue, o que aumenta a necessidade das doações. Até o último domingo (16), o banco de sangue estava com 361 bolsas em estoque – 139 a menos do que o necessário.

Outro local que está necessitando de doação de sangue é o Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh). Segundo eles, até o momento, a quantidade de estoque está atendendo a demanda, mas, se as doações continuarem baixas, pode faltar.

“Aqueles que chegam aqui, para doar sangue, onde temos vários casos, como por exemplo: a pessoa vem doar sangue pra pegar um atestado, mas Graças a Deus temos aqueles que pensam no próximo, e vem doar para ajudar vidas, lamentavelmente menos de 2% da população é doadora de sangue, e sempre que chega um doador incentivamos que ela faça a doação da medula, temos campanhas incentivando, o foco maior é na doação de sangue, pois a demanda da medula é bem menor.” Finaliza a diretora técnica da rede Hemo Ana Cristina Novais Mendes. 

Jorge Gonçalves Franco, 51 anos, motorista de aplicativo é doador de sangue há 15 anos “Faço doação de sangue desde 2007, por voluntariedade e também para ajudar vidas, sozinho não conseguimos fazer nada, mas se cada um fizer sua parte, juntos conseguimos fazer algo melhor, não sou doador apenas aqui

no Hemo, mas também no Araújo Jorge. É como se diz né? Tem que fazer o bem sem olhar a quem”. Finaliza Jorge 

Ministério da Saúde altera regras para doação de sangue de quem teve covid-19

O Ministério da Saúde definiu novas regras para doação de sangue relacionada às pessoas que tiveram covid-19. A partir desta segunda-feira, 24 de janeiro, a Rede Estadual de Hemocentros – Rede Hemo, adotará os novos critérios.

Pessoas candidatas à doação de sangue com diagnóstico ou suspeita de covid-19 e que apresentaram doença sintomática, poderão efetuar a doação 10 dias após a completa recuperação. Os candidatos que apresentaram um diagnóstico positivo, mas que permaneceram sem sintomas, poderá doar após 10 dias da data de coleta do exame. As pessoas que tiveram contato com um caso confirmado de covid-19 durante o período de transmissibilidade, poderão doar sangue sete dias após o último contato.

De acordo com a diretora técnica da Rede Hemo, Ana Cristina Novais, as medidas de distanciamento e atendimento nas unidades da Rede Hemo permanecerão as mesmas, e ela orienta que os doadores podem realizar o agendamento prévio por meio do site agenda.hemocentro.org.br ou do telefone 0800 642 0457. “Os doadores também podem comparecer a uma das unidades da Rede Hemo por livre demanda e escolher o melhor dia e horário para a coleta de sangue”, finaliza a diretora.

Tipos sanguíneos que atingiram estoque com nível mais crítico foram o A+, B+ e o O+

No período de férias, a demanda por sangue nos hospitais aumenta devido à urgências nos hospitais e por outro lado, o estoque de sangue dos bancos de sangue diminui devido à baixa natural nas doações com a mudança de rotina. Além de todos estes fatores, a pandemia também agravou esse quadro, tanto das demandas quanto na diminuição das doações. Diante deste panorama, o Banco de Sangue Hemolabor reforça a importância da doação de sangue.

Na instituição os grupos mais críticos são A positivo, que já atingiu 50% do estoque, e B positivo, que está em 63%. O estoque do O positivo está estável, mas como é dele que deriva o estoque de plasma fresco congelado e esse estoque está muito baixo, é um tipo sanguíneo que também entra na lista dos grupos críticos.

“Sempre tomamos todas as medidas para preservar a saúde do público doador, por isso trabalhamos com agendamento para evitar aglomerações, mantemos uma distância segura ente as pessoas, além é claro de todas as outras medidas básicas de segurança sanitária que mantivemos em todo esse período de pandemia”, explica a diretora técnica do Hemo, Ana Cristina Novais.

Quem pode doar?

Para fazer uma doação de sangue é necessário estar saudável, ter peso acima de 50 kg, apresentar documento com foto válido em todo o território nacional e idade entre 16 e 69 anos, sendo que antes de completar 18 anos é necessária uma autorização dos pais ou responsáveis. Quem tomou a vacina da febre amarela deve aguardar 30 dias para fazer uma doação. Já para vacina contra gripe, o prazo é de 48 horas. No caso da vacina contra o novo coronavírus é preciso esperar 48 horas após a dose de Coronavac, e sete dias após a aplicação das demais.

Veja como doar

Em todas as unidades da Rede Hemo, o atendimento pode ser agendado no site do Hemocentro ou no número 0800-642-0457. As unidades funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, e aos sábados, das 8h às 12h, em Goiânia, Rio Verde, Jataí, Catalão, Ceres, Iporá, Quirinópolis, Formosa e Porangatu.

Já no Hospital Araújo Jorge, o banco de sangue funciona de segunda a sexta, das 7h às 17h, na Rua 239, nº 181, Setor Leste Universitário. O local também atende por agendamento, pelo telefone (62) 3243-7031.

No Ingoh, o interessado pode agendar a doação pelo WhatsApp (62)99678-6888.