Filiados à Ahpaceg suspendem atendimento pelo Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores

Hospitais, Clínicas e Bancos de Sangue associados à Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) suspenderam ontem (02) o atendimento aos usuários do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores (IMAS). Agora, somente os atendimentos de urgência e emergência e aqueles já agendados serão mantidos. De acordo com as instituições credenciadas, a medida foi tomada diante da falta de resposta da diretoria do Imas sobre os pagamentos em atraso – há mais de cinco meses sem receber pelos serviços prestados. 

Em nota, a Ahpaceg destaca que a suspensão do atendimento aos cerca de 80 mil usuários do Instituto acontece após inúmeras tentativas de negociação com a diretoria do Imas. “A medida é extrema, mas se faz necessária diante da inviabilidade da manutenção da assistência, que tem um custo elevado, e da falta de compromisso por parte do Imas, que tem causado sérios prejuízos aos prestadores”, diz o comunicado. 

Segundo informou a Ahpaceg, os prestadores de serviço seguem abertos ao diálogo e na expectativa que o problema seja sanado e que os usuários possam voltar a ser atendidos.

Imas

Procurado pela reportagem, o Imas informou que recebeu com surpresa a notícia da suspensão das atividades pela Ahpaceg e que ainda não foi comunicado oficialmente. “Na verdade, essa notícia de que os filiados à Ahpaceg vão tomar essa atitude nos causou surpresa, pela atitude em si. Não fomos comunicados oficialmente e, pela questão contratual, eles tem que nos notificar. Somente após a notificação eles têm 30 dias para poderem paralisar os serviços”, afirmou o presidente do Imas, Júnior Café.

O presidente destacou ainda que aguarda a notificação e que já encaminhou tratativas para solucionar a situação. “Em referência à questão dos pagamentos, já realizamos todas as tratativas. Já encaminhamos à secretaria de Governo e à Secretaria de Finanças (Sefin) também, para que a gente tão logo já comece a retomar esses pagamentos e tenhamos os trabalhos todos dentro da normalidade”, explicou Júnior Café.

Reincidência

Essa não é a primeira vez que a Ahpaceg anuncia a suspensão dos atendimentos aos usuários do Imas. Em fevereiro de 2021, hospitais e demais instituições de saúde associados também suspenderam gradualmente os respectivos atendimentos. 

À época, a Ahpaceg afirmou que as instituições estavam sendo obrigadas a realizar cortes no atendimento devido à decisões do órgão, como a definição unilateral e sem comunicado prévio de cotas de pacientes, o que caracteriza, segundo a Associação, uma clara violação do contrato firmado com os prestadores de serviços de saúde. 

Em 2021, a Associação explicou ainda que a limitação pelo Imas do número de pacientes que pode ser atendido e o corte de pagamento quando as cotas estabelecidas unilateralmente são extrapoladas para o atendimento aos usuários colocam em sério risco o equilíbrio financeiro das instituições de saúde, inviabilizando a continuidade da assistência a quem depende do instituto.