Com a alta dos preços dos automóveis, valor do IPVA pode pesar no bolso dos proprietários

Queda de produção de veículos novos e aumento das vendas dos veículos seminovos fez com que o preço dos carros usados disparar e o valor o IPVA deve ser mais caro esse ano

Postado em: 15-02-2022 às 08h23
Por: Redação
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Queda de produção de veículos novos e aumento das vendas dos veículos seminovos fez com que o preço dos carros usados disparar e o valor o IPVA deve ser mais caro esse ano | Foto: Pedro Pinheiro

Por Ítallo Antkiewicz

Em termos de finanças, o início de ano é quase um pesadelo para milhares de pessoas. Com algumas contas anuais obrigatórias, após as festas de fim de ano, o impacto no bolso do brasileiro é um problema. Matrículas escolares, impostos e outras despesas impactam no orçamento, a exemplo do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Dentro deste cenário, uma boa notícia para os goianos: o IPVA 2022 poderá ser parcelado em até 10 vezes. Até o ano passado, o parcelamento máximo era em até três vezes.

Com problemas na produção dos carros novos durante a pandemia, muita gente comprou veículo usado, o que fez o preço disparar.  A queda da oferta de carros novos no Brasil fez os preços dos usados valorizarem mais de 20%, segundo o economista Aurélio Troncoso. Como o imposto é calculado com base no valor do veículo, não tem jeito, o IPVA ficou mais caro. Por isso, os proprietários de veículos têm de preparar o bolso para gastar mais em 2022. 

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Para saber quanto o contribuinte vai pagar de IPVA, basta consultar o valor do carro na tabela Fipe e depois multiplicá-lo pela alíquota que seu estado cobra, que varia conforme a região. A alíquota mais alta é de 4%, cobrada em São Paulo e Rio de Janeiro; seguida de 3,45%, em Goiás. A taxa mais baixa é 2%, cobrada no Acre, Tocantins, Espírito Santo e Santa Catarina.

O valor também varia de acordo com a categoria de cada veículo, como os de carga, transporte de passageiros e picapes. Para o pagamento, as datas de vencimento seguem de acordo com o final da placa.

De acordo com um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), apenas 9% dos brasileiros dizem ter condições de pagar as despesas sazonais do início do ano com o próprio rendimento. Uma das dívidas consideradas na pesquisa é  o IPVA.

O economista Aurélio Troncoso, diz que, em média, o preço dos usados subiu 22% e o IPVA em 2022 vai acompanhar esse aumento na mesma proporção. “O que estamos acostumados é que você tirou o carro da concessionária e, ano após ano, ele perde o valor. Isso é natural. O que não é natural é você imaginar que os usados fiquem mais caros contando 12 meses”, destaca o economista.

Segundo o economista, o atraso no pagamento gera multas e juros diários, além de impossibilitar o licenciamento. “Uma vez o licenciamento atrasado, pode-se gerar multa gravíssima e apreensão do veículo. Também é possível ter o nome e o débito inscritos na Dívida Ativa. Nesse caso, a multa sobre o atraso sobe 40% do valor total”, explica.

Pagar à vista vale a pena, é claro, mas nem todo mundo vai conseguir. Para o representante comercial Mikael Silva, 31 anos, no ano passado, quando comprou um carro, foi tudo inesperado. ”Este ano, mesmo podendo parcelar, não sei se seria uma boa opção fazer dívidas, então guardei uma parcela do 13º para tentar conseguir pagar essa dívida do IPVA no começo do ano”, conclui.

Formas de pagamento

Além de pagar menos com a antecipação, os proprietários que optarem pelo parcelamento podem obter os descontos previstos nos programas Bom Motorista e Bom Cidadão, se tiverem direito. A soma total dos descontos máximos pode chegar a uma redução de até 28% no valor do IPVA.

O pagamento parcelado pode ser realizado em qualquer agência, pontos de atendimento ou via home banking (internet) do Banrisul e Sicredi. No caso do Bradesco e do Banco do Brasil, os pagamentos podem ser realizados de ambas as formas, porém, somente para clientes. Também é possível que os correntistas dos bancos paguem usando os aplicativos.

A taxa de licenciamento e multas pode ser paga separadamente do IPVA, sendo que o proprietário deve estar atento às datas de vencimento de cada uma das obrigações. Para quitar o IPVA, o proprietário precisa apresentar o Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV) ou a placa e o Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) do veículo.

Todos os proprietários de veículos terrestres devem realizar o pagamento, ficam isentos, em alguns estados, veículos fabricados há mais de 10 anos. Existem situações em que o dono ou usuário do automóvel não precisa pagar o tributo. Na maioria dos casos, a isenção é dada para pessoas com deficiência (PCD), como autistas, deficientes físicos, visuais e mentais. O direito da isenção deve ser solicitado à Secretaria da Fazenda e Planejamento (Sefaz), porém nem todos podem ter direito ao abatimento.

Quem paga IPVA?

Todos os proprietários de veículos automotores fabricados a partir de 2003, exceto os isentos em lei.

Saiba mais

Instituído em 1986, a fim de substituir a antiga Taxa Rodoviária Única (TRU), vinculada com gastos do sistema de transportes, o IPVA é válido apenas para veículos terrestres como carros, motos, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas, excluindo barcos e aviões.

Obrigatório no Brasil, a responsabilidade em relação ao controle do IPVA é dividida entre o Distrito Federal e os demais estados brasileiros, que recebem a arrecadação de 50% do valor referente aos municípios de onde os veículos são registrados.

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