Maioria que conclui ensino superior ganha salário abaixo de R$ 3 mil

A pesquisa aponta ainda a desvalorização da licenciatura - enquanto 50% dos profissionais dos cursos de bacharelado recebem abaixo de R$ 3 mil, na licenciatura o percentual sobe para 88%

Postado em: 18-10-2017 às 12h15
Por: Márcio Souza
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A pesquisa aponta ainda a desvalorização da licenciatura - enquanto 50% dos profissionais dos cursos de bacharelado recebem abaixo de R$ 3 mil, na licenciatura o percentual sobe para 88%

Em todo o país, entre os
profissionais que concluíram o ensino superior nos últimos dois anos, a maior
parte recebe salário inferior a R$ 3 mil, segundo levantamento divulgado hoje
(18), em São Paulo, pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp).
A pesquisa aponta ainda a desvalorização da licenciatura – enquanto 50% dos
profissionais dos cursos de bacharelado recebem abaixo de R$ 3 mil, na
licenciatura o percentual sobe para 88%.

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Dos oriundos da rede privada, 21,8%
ganham menos de R$ 1 mil, 54,4% têm salário entre R$ 1 mil e R$ 3 mil, 16,8%
recebem entre R$ 3 mil e R$ 5 mil e 6,1% têm renda acima de 5 mil. Entre os
egressos da rede particular, 23,1% ganham menos de R$ 1 mil, 48,1% estão com
faixa salarial de R$ 1 mil a R$ 3 mil, 22,1% recebem de R$ 3 mil a R$ 5 mil e
6,8% têm salário acima de R$ 5 mil.

Para Rodrigo Capelato, diretor do
Semesp, a diferença salarial entre aqueles que estudaram em rede pública e
particular não é substancial entre recém-formados. Segundo ele, o grande
desafio dos cursos de graduação é elevar a renda de quem já trabalha e estuda
para melhorar de vida. “As pessoas estão se formando e os salários não estão
subindo tanto assim”, explicou.

A maioria dos alunos ainda se
matricula em carreiras clássicas do bacharelado, 40% optam por direito,
administração, engenharias e ciências sociais. Na comparação entre os salários,
os engenheiros têm os de melhor renda: 32,1% ganham entre R$ 3 mil e R$ 5 mil,
sendo que 10% recebem de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Entre os formados em
administração, 15,99% encontram-se na faixa salarial entre R$ 3 mil e R$ 5 mil.

Empregabilidade

Segundo o levantamento, 47,09%
trabalham na área de formação, 34,3% dos egressos não trabalham e 18,7% atuam
em uma área diferente da sua formação. A pesquisa também indicou que 38% entre
aqueles que responderam que não trabalham dedicam-se à pós-graduação. Já 12%
estão fazendo outro curso de graduação e 48,3% não têm ocupação.

Egressos de entidades privadas e
públicas concordam que as instituições de ensino precisam fazer mais parcerias
com empresas, investir em aulas práticas e fomentar estágios. O levantamento
ouviu 1.445 participantes de 135 cursos diferentes de todo o país, sendo 1.089
formados e 356 pessoas que abandonaram o curso ou ainda estudam. A margem de
erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. 

Com informações da Agência Brasil. Foto: Reprodução 

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