Servidores do INSS em Goiás podem iniciar greve nesta semana; sindicatos cobram reajuste de 19,9%

Uma Assembleia Geral Unificada da categoria está marcada para a próxima quarta (23/3), em Brasília, onde será votada a aprovação ou não da Greve Geral.

Postado em: 21-03-2022 às 10h08
Por: Ícaro Gonçalves
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Uma Assembleia Geral Unificada da categoria está marcada para a próxima quarta (23/3), em Brasília, onde será votada a aprovação ou não da Greve Geral | Foto: Divulgação

O Sindicato dos Trabalhadores Federais em Previdência e Saúde (Sintfesp-GO/TO) deve decretar greve em todo estado de Goiás na próxima quarta-feira (23/3), em meio a mobilizações nacionais por reajustes salariais. O indicativo de greve foi aprovado em assembleia na última sexta-feira (18), que reuniu trabalhadores do INSS e Ministério da Saúde no estado.

Segundo o Sintfesp GO-TO, a decisão é motivada pelo descaso do atual governo que mantém os salários da categoria sem reajuste desde 2015. A principal reivindicação é pelo reajuste salarial de 19,99%, além do arquivamento da PEC 32 (a chamada “reforma administrativa”) e a revogação da Emenda Constitucional 95/2016, do “teto de gastos”.

Em entrevista ao jornal O Hoje, a diretora de Formação do Sintfesp-GO/TO, Grete Tirloni, afirmou que já foram realizadas diferentes reuniões com o governo federal, mas sem avanço nas negociações. “Na assembleia da semana passada, nos decidimos que seguiríamos o calendário da Fenasps. Já tivemos uma paralização no dia 9 desse mês, quando tivemos uma audiência com o ministro do Trabalho e Previdência Social, Onyx Lorenzoni. Contudo, eles não estão negociando. Hoje, os servidores do INSS em Goiás enfrentam uma situação precária muito grande”, afirmou.

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“Já fizemos duas paralisações para apresentar nossas demandas e a conscientizar sobre a importância do trabalho dos servidores, para tentar evitar fazer a greve, que é algo penoso para nós e também para a população. Mas eles não querem negociar”, complementou.

Grete ainda apontou a alta defasagem de profissionais no INSS, o que prejudica a prestação de serviços à sociedade. “Em 2015, quando tínhamos cerca de 41 mil servidores ativos, um relatório do TCU já apontava a necessidade de contratação de pelo menos mais 20 mil servidores para dar conta dos processos que dependem de análise. Hoje, temos apenas 20 mil servidores ativos, com uma demanda impossível de atender com esse número de trabalhadores”, alertou a representante sindical.

Luta nacional

A última semana foi de intensa mobilização por parte de servidores federais em todo país. Em Brasília, cerca de 5 mil pessoas marcharam pedindo a recomposição salarial de 19,99%, referente a 3 anos de perdas com a inflação, conforme documento protocolado no dia 18 de janeiro no Ministério da Economia, com pedido de abertura de negociação.

“Apesar de toda a mobilização e tentativa de diálogo pelas entidades representativas de trabalhadores e trabalhadoras, o Governo Federal tem se recusado a negociar”, informou o sindicato em nota. A última negociação sobre salário ocorreu em 2015, durante a gestão da ex-presidenta Dilma Rousseff.

Uma Assembleia Geral Unificada da categoria está marcada para a próxima quarta (23/3), em Brasília, onde será votada a aprovação ou não da Greve Geral. “Vamos parar o país para pedir que os direitos de quem contribui fortemente para construir esta nação sejam respeitados”, destaca a direção do SINTFESP-GO/TO.

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