Artesão é acusado de comandar ‘drive-thru’ de tráfico de drogas com ajuda de olheiras travestis

O líder do esquema não costumava nem colocar a mão nas drogas, só delegava as funções para cada um dos integrantes da associação criminosa

Postado em: 25-03-2022 às 09h58
Por: Alexandre Paes
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O líder do esquema não costumava nem colocar a mão nas drogas, só delegava as funções para cada um dos integrantes da associação criminosa | Foto:

No inicio desta sexta-feira (25/3), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desarticulou um esquema de tráfico de drogas com hierarquia e funções bem definidas. Um artesão, que é proprietário de uma banca na Feira da Torre de TV, foi preso acusado de liderar uma associação criminosa especializada no tráfico de crack da região.

A rede de distribuição contava com três travestis, que agiam como “olheiras” do tráfico, e faziam o monitoramento do drive-thru de drogas que acontecia no local. A denominada “Operação Torre de Babel”, cumpre sete mandados de prisão e sete de busca e apreensão em Ceilândia, Sol Nascente e Águas Lindas, no Entorno do Distrito Federal.

De acordo com as investigações, o artesão contava com a ajuda da companheira e da sobrinha para comprar grandes porções de crack de um fornecedor. Em seguida, o entorpecente era escondido em bueiros, caixas de energia e outros pontos ao redor da Torre de TV. O criminoso faturava cerca de R$ 5 mil e R$ 10 mil por noite, segundo a PCDF.

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Travestis olheiras

A polícia identificou que as pedras de crack eram vendidas às margens de uma via que passa por trás da feira e liga as vias S1 e N1. Imagens feitas pelos investigadores flagraram como o tráfico ocorria. O crack era comprado pelos usuários com dinheiro ou cartão de débito. Após o pagamento, os viciados eram direcionados ao grupo de moradores arregimentados pelo artesão.

Os sem-teto faziam a entrega das substâncias aos usuários e, depois, retornavam aos pontos onde costumam ficar. O líder do esquema não costumava nem colocar a mão nas drogas, só delegava as funções para cada um dos integrantes da associação criminosa.

As três travestis eram responsáveis por fiscalizar a entrega feita pelos moradores de rua para que nenhuma pedra fosse consumida ou desviada pelos entregadores. Durante o período de monitoramento, os investigadores flagraram dezenas de veículos parando no drive-thru do tráfico, em um local que fica a menos de três quilômetros da Esplanada dos Ministérios.

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