Frente fria deve chegar ao Estado nas próximas semanas

A distribuição irregular das chuvas no Estado é atribuída ao fenômeno La Niña

Postado em: 23-04-2022 às 13h27
Por: Daniell Alves
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A distribuição irregular das chuvas no Estado é atribuída ao fenômeno La Niña | Foto: reprodução

O clima pode esfriar em Goiás nas próximas semanas. A expectativa é que haja duas frentes frias no mês de maio, de acordo com Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo). O frio deve começar no dia 10 de maio, porém não se pode afirmar como será o inverno para os goianos, já que a temperatura oscila bastante. 

“Ocorreu um friozinho no último domingo por conta da passagem da frente fria em Jataí, que registrou 10°C. Há uma expectativa da chegada do frio no dia dia 10, mas temos que acompanhar se essa massa vai avançar e projetar o ar frio. Se for uma massa de ar continental, irá abaixar as temperaturas”, explica o gerente do Cimehgo, André Amorim. 

Em Goiás, conforme explica ele, as manhãs estão sendo um pouco mais frias, mas rapidamente as temperaturas sobem. A mesma oscilação ocorre com as chuvas. Em algumas cidades, como Goiânia e Rio Verde, ocorreram chuvas acima do esperado neste trimestre. Já em outros municípios foi abaixo do previsto pela climatologia. 

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“Nós tivemos chuvas mais volumosas em fevereiro e em compensação março foi 60% a menos do previsto. É um descompasso. Se formos analisar os números, os pancadões de chuva não foram bem distribuídos”, avalia André. 

La Niña

A distribuição irregular das chuvas no Estado é atribuída ao fenômeno La Niña, ressalta o gerente do Cimehgo. Ele explica que o fenômeno interfere na produção de frente fria. “Estamos com poucas frentes avançando no País e nós dependemos dessas frentes frias para que chova. Com menos chuvas, a temperatura tende a aumentar e a umidade do ar a se reduzir”, informa.

Outros fatores interferem na falta de chuvas de forma regular em Goiás. É um acúmulo de acontecimentos dos últimos anos. “Tivemos uma irregularidade nos últimos cinco anos, com baixos índices pluviométricos”, aponta. 

Por outro lado, o grande volume de chuva em fevereiro trouxe uma melhor recuperação dos reservatórios de água. “Se observamos as chuvas começaram a se encerrar em março redução significativa. Em abril choveu abaixo da climatologia”, afirma. Desse modo, o uso racional da água é de extrema importância para evitar a escassez no período de estiagem. 

Economia

As dicas da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) para diminuir o consumo de água estão no banho, no jardim, ao escovar os dentes, lavando roupa, na cozinha, lavando o carro, na calçada e no quintal, no vaso sanitário e na piscina. “Ao limpar a calçada e o quintal, não usar a mangueira. Basta varrer. O que também vale como atividade física: uma hora varrendo gasta 250 calorias. No vaso sanitário, a dica é não usar como cinzeiro, nem como lixeira. A descarga não deve ser acionada à toa. Também é importante manter a válvula sempre regulada. Uma descarga gasta até 15 litros de água”. 

Abastecimento 

O gerente do Cimehgo aponta que as chuvas também contribuíram para encher os reservatórios. Entretanto, a recomendação é para que a economia seja palavra de ordem. Goiânia conta com o abastecimento de água tratada universalizado, garantindo aos cidadãos goianienses o acesso ao serviço. Essa realidade supera a média brasileira para o quesito: 83,3%, segundo o mais recente diagnóstico do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis). 

Existem três sistemas produtores, que utilizam dois mananciais: Meia Ponte (captação superficial) e Mauro Borges/João Leite (água represada). O Sistema Meia Ponte é constituído pela Captação Meia Ponte e pela Estação de Tratamento de Água (ETA) Meia Ponte, cuja capacidade de tratamento é de 2.000 l/s. Já o Sistema Mauro Borges/João Leite engloba a Barragem João Leite, a ETA Mauro Borges e a ETA Jaime Câmara – que têm capacidade de tratamento de 4.000 l/s e 2.000 l/s, respectivamente.

“Atualmente, o Sistema Mauro Borges/João Leite já é responsável por dois terços da produção da água distribuída em Goiânia e na Região Metropolitana. O setor operacional da Saneago está expandindo gradualmente essa zona de abrangência com o objetivo de diminuir cada vez mais a área de influência do Sistema Meia Ponte, que costuma sofrer drástica redução de vazão durante o período de estiagem”, pontua o gerente de Produção de Goiânia da Saneago, Reigiele dos Santos.

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