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sábado, 23 de novembro de 2024
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Sustentabilidade

Usinas solares têm maior eficiência em dias frios

Temperaturas baixas e céu claro proporcionam as melhores condições, explica especialista

Postado em 24 de maio de 2022 por Daniell Alves

A frente fria registrada nos últimos dias em Goiás tem favorecido a produção de energia solar. Isto porque as temperaturas baixas aumentam a eficiência do sistema de captação. É o que explica o engenheiro eletricista Jordan Jorge de Carvalho. Somado a isso, as instalações de energia solar têm crescido no Estado devido ao aumento na conta de energia, apontam dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

Os sistemas já são uma realidade em Goiás por causa da alta incidência de sol no ano. A Capital registrou na última quinta-feira (19) a manhã mais fria dos últimos 45 anos. Os termômetros da cidade marcaram 5ºC, temperatura que só havia sido atingida na capital em 1977. Contudo, dias mais frios, com céu claro e sem nuvens, favorecem a captação. 

“Diferentemente do que muitos pensam, uma usina solar gera energia por meio da luz solar, e não do calor. Os módulos fotovoltaicos são fabricados e preparados para gerar energia elétrica em diversas condições de temperatura. Por se tratar de um semicondutor, o módulo fotovoltaico tem um ganho de eficiência quando condicionado a temperaturas mais baixas. A título de comparação, como em nosso celular ou computador, quando está muito quente, o aparelho fica com um processamento mais lento”, esclarece Jordan. 

Mesmo que os dias estivessem nublados durante a onda de frio que atinge Goiânia esta semana, Jordan pontua que a perda de energia é mínima e os dias com menor incidência de luz são compensados com os que tem mais, por meio de excedentes injetados na rede que ficam como crédito para o consumidor para os dias que precisar de mais energia. “Por isso, é fundamental fazer um estudo detalhado sobre o consumo médio de energia do cliente durante o ano para planejarmos uma usina que lhe atenderá adequadamente”, avalia Jordan. 

Aquecimento

De acordo com o especialista, trata-se de um sistema diferente, no entanto, aquele dedicado ao aquecimento de água em uma residência por meio de placas de aquecimento. Quanto mais quente o dia, mais eficiente. “De maneira geral, a placa solar para aquecimento é um sistema de transferência de calor, que tem tubulações pretas que vão absorver o calor para aquecer a água de uma residência, por exemplo”, explica Jordan. Por outro lado, no sistema de energia solar, a placa, chamada de módulo fotovoltaico, é um sistema eletrônico, um semicondutor, então ele gera energia através da luz.

Economia de até 95%

De acordo com uma empresa que fornece soluções completas em Energia Solar Fotovoltaica, gerar energia solar em Goiânia pode reduzir em até 95% a conta de luz da casa ou empresa e trazer um retorno do investimento a partir de três anos. Na Capital, há potencial para geração de energia elétrica por estar localizada no chamado “cinturão do Sol”, como é chamada a faixa do Brasil com as regiões que mais recebem índices de radiação solar anual.

Com o intuito de fortalecer e diversificar o suprimento de eletricidade, o presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Ronaldo Koloszuk, reforça o papel estratégico da energia solar. Segundo o dirigente, é mais barato para o governo incentivar a energia solar, seja das grandes usinas contratadas em leilão ou pela geração própria em telhados e pequenos terrenos, do que pedir para a população economizar energia. 

“As usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos, duas das principais responsáveis pelo aumento tarifário sobre os consumidores”, aponta.

Funcionamento 

A energia solar funciona da seguinte forma: o sistema começa a funcionar logo pela manhã, gerando assim energia elétrica de acordo com a intensidade da luz. Durante o dia, é gerado boa parte do consumo e pode até gerar um excedente, criando assim créditos energéticos para consumir depois. Caso tenha gerado créditos durante o dia, a pessoa os consome à noite possibilitando até zerar o consumo de energia total. 

Em Goiás, há um projeto chamado Casa Solar, que instala sistemas de geração de energia fotovoltaica em empreendimentos habitacionais. Um deles é o Residencial Luciano Peixoto, em Pirenópolis, primeiro de interesse social do Brasil em escala com sistema. O residencial conta com 149 moradias equipadas com o sistema, que pode gerar de 40 a 70% de economia na conta de energia das famílias. (Especial para O Hoje).

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