Sindicato da Polícia Civil pede igualdade e reestruturação da carreira
As declarações são do presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol), Renato Rick
Por: Daniell Alves
Os policiais civis do Estado alegam que não estão sendo assistidos de maneira igualitária pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) em comparação a carreiras de outros policiais. A categoria pede mais modernização da polícia civil, o que inclui aumento do número de vagas nas classes da carreira e igualdade com a carreira de outras forças policiais.
As declarações são do presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol), Renato Rick. Segundo ele, para melhorar a realidade da categoria, deve-se a curto prazo, solucionar as demandas pontuadas como projetos e que já são de conhecimento da Administração da Polícia Civil.
“A longo prazo, criar um canal direto entre o Governo e as categorias que compõem a base da instituição, isso se faz melhorando o diálogo com o Sinpol, pois, o sindicato representa a grande maioria dos profissionais que compõem a Polícia Civil do Estado de Goiás e, seus filiados são os profissionais lidam de forma mais próxima da sociedade, expressando os anseios dessa”, aponta.
Na última quinta-feira (30) foi realizada pelo Sinpol uma assembleia extraordinária para discutir as demandas dos policiais civis e mostrar quais foram os resultados dos últimos quatro anos. “Os principais pontos discutidos foram: isonomia às garantias que gozam outras forças policiais, tais como: pensão por morte integral, adequada a atividade policial que é de iminente risco; paridade e integralidade para todos da carreira, incluindo os policiais que ingressaram em 2017; gratificações por chefias e acúmulo de comarcas que não são acessíveis aos policiais civil”, explica Rick.
Fora de realidade
Para o presidente do Sindipol, o secretário estadual de Segurança Pública, Renato Brum, “desconhece” a realidade da categoria.“Não precisa de muito esforço para conversar com os policiais civis e perceber que todos são unânimes sobre estarmos muito longe de termos um categoria bem-estruturada”, aponta.
Ele destaca que a categoria dos policiais civis é uma das “mais falidas da segurança pública.”. Outras corporações, como bombeiros e policiais militares, têm carreiras melhores.” Rick pontua que estão sensíveis às reivindicações. “Eles querem a reestruturação da carreira, mas eles têm a carreira bem estruturada. A Polícia Civil tem suas classes, as promoções estão garantidas”, declara.
Injustiças
A reestruturação da carreira, segundo ele, está entre os principais objetivos, que já tem sido pedido desde o início da gestão do governador Ronaldo Caiado “para corrigir injustiças e demandas que não foram atendidas”.
“Nossa categoria foi a primeira a declarar apoio ao Caiado”, lembra. “Nesses quatro anos, a gente não foi ouvido, nem recebido pelo governador para uma reunião. O sentimento de frustração é muito grande.”
“Algumas categorias tiveram demandas atendidas. Não houve tratamento isonômico com os policiais civis, e nós apresentamos resultados recordes de prisões e apreensões. Ajudamos a reduzir o índice de criminalidade, o que dá força ao governo na segurança pública”, acrescenta.
1ª assembleia
Na primeira assembleia, foi decidido que os policiais civis devem mostrar à atual gestão o quanto estão insatisfeitos com o tratamento que vem sendo dado à categoria. De acordo com o Sinpol, a reunião contou com representantes de todas as regionais e de várias unidades do Estado.
O presidente Renato Rick lembra que, em relação às forças de segurança, o Sinpol Goiás tem protagonismo na luta sindical e é um espelho para outras entidades. Ele ainda recorda que há cerca de três anos o Sindicato tenta diálogo com o atual governo, sem sucesso. “Nós nunca fomos recebidos pelo Governador, nem pelo Secretário de Segurança Pública”, afirmou Renato. “Nós prestamos um serviço de excelência à sociedade e de bons resultados e por isso, merecemos essa contrapartida do governo”, concluiu o presidente.
Modernização
Já o vice-presidente do Sinpol, Charles Pessoa, lembra que a modernização da carreira é o grande pleito e que a aprovação da integralidade e paridade não foi um benefício que foi concedido, mas sim devolvido em parte, visto que a pensão por morte não atende ao que já existia.
“Além disso, ter deixado a turma de 2017 de fora da integralidade e paridade sem que o Sindicato tomasse conhecimento das intenções do governo gerou uma grande insatisfação e desconforto entre os policiais”, aponta.
Ele ainda cita o tratamento diferenciado que a polícia civil recebe se comparado às outras forças de segurança, como por exemplo em relação às pensões por morte, alíquota previdenciária e até mesmo a falta de isenção da taxa de renovação de Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A reportagem entrou em contato com a SSP-GO, mas não obteve resposta antes do fechamento desta edição.