Em Goiás, 897 mulheres estão na fila para cirurgia ginecológica pelo SUS

Hospital Estadual da Mulher realiza mutirão de consultas e exames-pós operatórios

Postado em: 12-08-2022 às 07h57
Por: Sabrina Vilela
Imagem Ilustrando a Notícia: Em Goiás, 897 mulheres estão na fila para cirurgia ginecológica pelo SUS
As cirurgias eletivas foram paralisadas em 2020 devido às restrições da Covid-19; Cerca de 16 mil pessoas esperam por cirurgia | Foto: Arquivo pessoal

Em Goiás, atualmente, 897 mulheres estão na fila de espera para fazer uma cirurgia eletiva na especialidade de ginecologia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso, o Hospital Estadual da Mulher (Hemu) realizou no início da semana um mutirão para fazer consultas e exames pré-operatórios das mulheres que precisam passar pelo procedimento. A meta é agilizar a realização das cirurgias e diminuir a fila de espera. A partir deste mês de agosto o Hemu vai começar a entrar em contato com as  candidatas para marcar o procedimento cirúrgico. 

As cirurgias eletivas foram paralisadas em 2020 devido às restrições da Covid-19. Cerca de 16 mil pessoas esperam pela cirurgia. A afirmação foi dada pelo secretário de Saúde de Goiás (SES-GO), Sandro Rodrigues no  1º Mutirão de Consultas e Exames Pré-operatórios realizado em maio deste ano. 

Nos dois dias de mutirão 265 mulheres passaram por mais de dois mil exames  pré-operatórios para cirurgia ginecológica como é o caso da dona de casa, Ivone Rodrigues Chaveiro, 46, que espera por uma cirurgia há quatro anos devido a endometriose – distúrbio no qual o tecido que reveste o útero cresce fora do órgão.

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Ivone terá que fazer um procedimento para a retirada do útero, visto que é a melhor opção para o caso dela. Antes de começar a tomar medicação para cortar o fluxo menstrual, ela sofria com hemorragias que duravam até 20 dias e isso fez ela desenvolver anemia. Mas, apesar de não sofrer mais com os fluxos sanguíneos, ela apresenta outros sintomas da doença, como dores intensas. “Dói tudo. Tenho dor de cabeça, olhos, ossos e rins”. 

Por conta das dificuldades ela encarou o mutirão como “uma benção de Jesus” e o sentimento é de alívio, porque agora ela terá a esperança de fazer a operação sem custo pelo SUS. “Eu descobri a doença pelo SUS também. O sentimento é de alívio, vivo à base de remédio para amenizar a dor”, desabafa.

 Atendimentos 

Durante o mutirão foram atendidas 265 mulheres, que vieram também de outros estados, reguladas pelo Complexo Regulador Estadual (CRE). Foram realizados 1.584 exames laboratoriais,  241 de imagens e 265 eletrocardiogramas. No Hemu, as cirurgias eletivas foram retomadas no mês de abril e só até julho, foram realizados 136 procedimentos.

A diretora técnica do Hemu, Cristiane Carvalho, fez um balanço positivo do primeiro mutirão realizado pela unidade. Ela destacou o empenho de todas as pessoas envolvidas e a parceria da Secretaria de  Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), para diminuir o impacto da pandemia. No Hemu as cirurgias eletivas foram retomadas desde o mês de abril. No período de três meses, 136 procedimentos foram realizados. 

A meta é operar todas as pacientes até outubro de 2022

Carvalho destaca que o objetivo a ser alcançado é operar todas as pacientes que passaram por avaliação até outubro de 2022. Entre as cirurgias mais procuradas estão histerectomia (remoção do útero), ooforectomias (remoção cirúrgica de um ou ambos ovários) e  miomectomias (remoção de miomas e tumores benignos). Quem não conseguiu participar do mutirão também pode fazer consultas e exames para conseguir a operação. 

“O serviço de ginecologia mantém seu funcionamento regular independente do mutirão, com atendimento semanal de consultas ginecológicas agendadas pelo CRE, além da realização  semanal de procedimentos cirúrgicos”, informa a diretora. Esse foi o primeiro mutirão de cirurgias ginecológicas do Hemu, mas por conta da alta procura será realizada uma avaliação junto à SES para programar novos eventos desse porte.

Cristiane Carvalho afirma que para que a paciente consiga entrar na lista de espera é necessário passar por uma avaliação pelo CRE. Nesta etapa participam pessoas de vários municípios do estado para uma primeira consulta  com o cirurgião. Após essa avaliação e realização de exames , uma vez definida a indicação cirúrgica, ela será encaminhada para agendamento do procedimento.

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