Com chuvas, população reaproveita água

Até abril, as chuvas em Goiânia devem continuar dentro da média histórica, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Condomínio registra quase 30% de economia na conta

Postado em: 29-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Até abril, as chuvas em Goiânia devem continuar dentro da média histórica, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Condomínio registra quase 30% de economia na conta

Deivid Souza*


Choveu bastante em novembro, dezembro e vai continuar caindo água nos próximos meses. Os modelos climáticos apontam que o próximo trimestre, com duração prevista até abril, vai manter o padrão de chuvas para o período, destaca a chefe da seção de previsão do tempo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Marna Mesquita. A notícia alegra não só quem está no campo, dedicando-se à agricultura, mas também quem vive na cidade. Especialmente quem aproveita a água que cai do céu e é de graça.

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Um deles é o síndico do condomínio Residencial Ecovillaggio Jardim Bela Vista, Alessandro Dias. O local onde ele mora tem um sistema de aproveitamento de água da chuva. O reservatório de 15 mil litros, que também recebe água dos lavatórios e chuveiros dos banheiros após tratamento – ficará cheio neste período, dando um alívio para as contas de água do condomínio. “Se não tivesse este sistema, pagaríamos entre 20% a 30% a mais de água”, calcula. 

Além disso, a preocupação ambiental é citada por Dias como um fator importante. “É válido pela natureza, é uma forma de estarmos ajudando o meio ambiente. Esta água é importante para utilizarmos nas áreas comuns, ducha car e regar plantas”.

O ducha car a que se refere o síndico é uma estrutura do condomínio que utiliza água do reservatório para que os próprios moradores lavem os carros. Estima-se que 200 lavagens sejam feitas no ducha car mensalmente. O próprio morador é quem realiza a higienização do veículo, assim há uma economia de pelo menos R$ 35 para os condôminos por cada veículo limpo.

Complementado pela água dos lavatórios e chuveiros, o reservatório não deve secar até o início do próximo período chuvoso do ano. 


Prevenção 

Outro aspecto importante sobre o aproveitamento de água das chuvas é a minimização dos alagamentos. Como a cidade está cada dia mais impermeabilizada, a falta de áreas permeáveis favorece a ocorrência de alagamentos. Na capital, por exemplo, a Defesa Civil listou pelo menos 37 locais onde isso acontece.

Diretor da Loft, construtora do Ecovillaggio, Gustavo Veras considera este ponto uma das mais importantes contribuições do empreendimento para a cidade. “A medida favorece que menos água seja lançada na sarjeta das ruas. Esta água é recolhida e utilizada lentamente, no ritmo da demanda”, completa.

Como a água proveniente dos lavatórios e chuveiros precisa de um tratamento “mínimo” para a reutilização, o aproveitamento da água das chuvas se torna ainda mais vantajoso, porque, neste caso, não há gasto com produtos químicos. “A água cinza tem uma carga orgânica pequena, então precisa passar por esse processo”, explica Veras.

Os coletores da água da chuva ficam no terraço do condomínio. O recurso hídrico desce ao tanque de 15 mil litros, que fica no subsolo, por gravidade. O mesmo é todo lacrado e o acesso é feito pelo estacionamento. Para utilizar a água, há uma bomba que permite a retirada da mesma do reservatório.


Mais tempo

De acordo com os dados do Inmet, em novembro, choveu na capital 296,1 mm, 35% a mais que a média histórica. Já em dezembro, o índice ficou em 256,6 mm, índice praticamente igual ao previsto para o período. (*Especial para O Hoje)  

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