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domingo, 22 de dezembro de 2024
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Resíduos

Goiânia gera cerca de 1,5 mil toneladas de lixo eletrônico por ano 

Conhecimento sobre descarte e mais pontos de coleta podem acelerar reciclagem

Postado em 18 de outubro de 2022 por Sabrina Vilela

Computador, celular, tablet, notebook, bateria, televisão e entre outros. Itens indispensáveis na maioria dos trabalhos hoje em dia. Apesar de serem objetos bem conhecidos, quando eles já não atendem a necessidade do usuário – o que gera resíduo eletroeletrônico – a maioria desconhece os caminhos que devem ser tomados. 

Embora os ‘três erres’ – reduzir, reutilizar e reciclar – estejam presentes na vida das pessoas desde a época de escola, o problema está em não fazer delas um estilo de vida.  Um levantamento disponibilizado no relatório The Global E-waste Monitor 2020 mostrou que somente no Brasil são produzidos por ano cerca de 2 milhões de toneladas de lixo eletrônico. 

Em 2020, quando o mundo diminuiu os passos devido à pandemia, o administrador de empresas, Dario Hernan Ferrari junto com o sócio resolveram estudar e aprofundar sobre o tema resíduo eletrônico. Em outubro do mesmo ano eles resolveram abrir uma empresa com base em Economia Circular. Segundo a Desctec, Goiânia gera em média cerca de 1,5 mil toneladas de lixo eletrônico por ano. 

A preocupação com os resíduos eletrônicos ainda é tímida pela maioria dos brasileiros. Apenas 3% do total de resíduos eletrônicos são descartados da forma correta no país, de acordo com a pesquisa “Resíduos Eletrônicos no Brasil 2021”. Apesar do país ser o quinto maior gerador de resíduos eletrônicos do planeta, houve um leve crescimento de pontos de descartes corretos para esse fim. 

Um passo de cada vez 

Com dois anos de existência a empresa consegue arrecadar em média 10 toneladas de resíduos eletrônicos por mês na Capital, com chances de crescimento nos próximos meses. Para Dario, a tendência mundial é ao termo “insumo eletrônico reciclável” já que com o devido processamento quase 100% dos componentes podem ser recuperados e entram novamente no ciclo produtivo como matéria prima para um novo produto.

Foto: Reprodução

Só na capital existem cerca de 30 pontos de descarte para esse tipo de resíduo. Dario explica que se o descarte de eletrônicos não for feito da forma correta produz um dano muito grande tanto ao meio ambiente como também no econômico e social.

Ao meio ambiente porque quando descartado de forma inadequada termina indo para o aterro sanitário, além do mais ao não serem “reciclados” seus componentes será necessário extrair da natureza mais deles para produção de novos equipamentos, sendo que a maioria desses insumos são finitos, conforme detalha o administrador de empresas.  

Ele também ressalta que o dano também é econômico porque a reciclagem é uma grande fonte geradora de emprego e social porque é questão de saúde pública que envolve limpeza urbana, educação cívica ambiental, entre outros. Dario destaca ainda que os goianos estão se conscientizando mais quanto ao descarte da forma correta.

“Anteriormente, as empresas acumulavam grandes quantidades, ocupando espaço, acumulando sujeira, deteriorando os equipamentos. Atualmente esses parceiros apenas juntando uma quantidade mínima nos ligam, coletamos e evitamos os problemas citados. Acontece também com as pessoas físicas”, ressalta.

Após a coleta dos resíduos, eles são pesados, passam por uma triagem e são separados em três destinos. Quando o resíduo é de informática, mesmo no funcionando tem possibilidade de recuperação, vai para o laboratório em qual se remanufatura e volta a funcionar; se o mesmo sendo de informática não é possível essa recuperação é descaracterizado – ou seja totalmente desmontado – e cada componente é destinado para parceiros que realizam a reciclagem dele; e  o restante dos resíduos são encaminhados para parceiros de São Paulo que tem a capacidade de tratá-los  da forma correta, ou seja, apurando os componentes com a tecnologia e know-how correspondente.

Exemplos

Engenheiro Ambiental e de Segurança do Trabalho, Evandro Morgado de Andrade afirma que desde que assumiu o Programa Saga Verde no Grupo Saga, a empresa já realizava a destinação correta com outras empresas. Para ele, dar o destino correto dos resíduos eletrônicos é uma garantia de proteção a seus dados e uma forma de fomentar a logística reserva desta classe de resíduos.

Ele costuma descartar impressoras, gabinetes, monitores, cabos, tonners, telefone, TVs, periféricos, servidores, além de outros tipos de resíduos. Após fazer as entregas dos itens de descarte é emitido um certificado de destinação final. O certificado é importante para que os órgãos ambientais e montadoras possam conhecer e rastrear a massa de resíduos, controlando a geração, armazenamento temporário, transporte e destinação dos resíduos sólidos no Brasil.

Já no caso do empresário José Henrique Pereira Andrade a preocupação com o descarte dos resíduos eletrônicos é recente. Ele afirma que em casa e na empresa sempre teve a preocupação com o lixo reciclável só que ele considerava os eletrônicos também um reciclável e acabava indo tudo para o mesmo local. 

Agora ele entende que não dar a destinação correta para os resíduos eletrônicos pode causar efeitos irreversíveis na natureza.  “O problema está nos componentes dentro desses equipamentos como baterias, que degradam o meio ambiente. O impacto maior é o meio ambiente e a consciência das futuras gerações”.

Depois de entender melhor sobre o assunto, Andrade se preocupa em incentivar parentes, funcionários e clientes a não jogar os itens junto com lixo comum, mas em postos espalhados na grande Goiânia. “Costumamos descartar equipamentos antigos e fora de uso. Como notebooks que não tem mais concertos, nobreaks, até monitores que tem o custo de reparo maior que um novo”.

Iniciativas

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Goiânia, em parceria com a empresa Desctec, implementou em março de 2021 um projeto para o descarte correto de resíduos eletrônicos. O objetivo da ação é que continue atuando no mercado, não tem previsão de término.

Gerente administrativa e financeira da CDL Goiânia, Hélia Gonçalves | Foto: Divulgação

A ideia consiste em distribuir contêineres em mais de oito pontos espalhados pela Região Metropolitana da capital para que seja feita a coleta dos materiais. As ações fazem parte do CDL Verde e CDL do Bem que apoia e implementar iniciativas socioambientais e filantrópicas.

A arrecadação de resíduos eletrônicos é revertida em cestas básicas. Gerente administrativa e financeira da CDL Goiânia, Hélia Gonçalves explica que a crescente utilização da tecnologia em todo ciclo de negócios das empresas levou ao uso exponencialmente a utilização de equipamentos eletrônicos. Consequentemente os resíduos eletrônicos são os que mais crescem e que causa maior danos ao meio ambiente quando descartados incorretamente.

Por isso, a CDL em parceria com a empresa Desctec faz coleta, triagem, descaracterização e reciclagem do lixo eletrônico. “Essa parceria visa ter os pontos de coletas do lixo eletrônico. A receita tirada por esses resíduos em quilograma será revertida em cestas básicas para instituições carentes. Então é uma tonelada a menos que é retirada da natureza que impacta diretamente. São tratadas, descaracterizadas, é algo que contribui positivamente com o meio ambiente e também para ter um menor impacto ambiental”, afirma Hélia Gonçalves.

(Especial para O Hoje)

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