Diretor de presídio em Aruanã é afastado por suspeita de tortura

Além do diretor da unidade, foram afastados também os agentes prisionais Odílio de Camargo Neto e Gercilei da Silva Jardim

Postado em: 08-02-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Além do diretor da unidade, foram afastados também os agentes prisionais Odílio de Camargo Neto e Gercilei da Silva Jardim

O diretor da unidade prisional pública da cidade de Arauanã, Fabio Antônio da Silva, foi afastado por ordem judicial na última terça-feira (06). A ação foi tomada após detentos denunciarem que sofriam ameaças e torturas.

Além do diretor da unidade, foram afastados também os agentes prisionais Odílio de Camargo Neto e Gercilei da Silva Jardim. A decisão foi tomada após a divulgação de uma carta onde os detentos denunciaram os possíveis crimes.

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De acordo com a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), os servidores foram afastados assim que o órgão tomou conhecimento das denúncias e que abriu um procedimento administrativo para apurar os fatos. Ainda segundo o órgão, Ortley Tavares Camargo Neto já foi nomeado para assumir a direção do presídio.

A carta, assinada por 34 detentos, denunciava a atuação de agentes prisionais. “Estamos sendo perseguidos pela direção deste presídio de uma forma anormal”, afirmaram os presos.

O promotor de Justiça responsável pelo caso, Tommaso Leonardi, afirmou que exames de corpo de delito comprovaram lesões em quatro internos. Eles haviam afirmado que foram agredidos por um preso a mando dos agentes investigados e com o consentimento do diretor do presídio. “Percebe-se que existem sérios indícios de que os presos da unidade foram torturados, entre outros crimes praticados pelos investigados”, completou.

Anápolis

Na última quinta-feira (01), a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) determinou a exoneração do diretor da unidade Prisional de Anápolis, Walney Cesário da Cunha, após gravações em que ele pedia a um servidor que orientasse presos, que supostamente lideram alas da cadeia, a dificultar o acesso de advogados a detentos.

“Tem que falar pros comando de ala não deixar descer, uai. Fala pros caras não deixar descer. Advogado vem aí só pra perder viagem. Aí tem que falar com os comandos pros cara não deixar descer não. Eles não descem pra conversar com nós. Por que desce pra falar com advogado?”, afirmou Cunha na agravação.

A DGAP reforçou que não abre mão do comportamento ético, da responsabilidade e do profissionalismo por parte de seu quadro de colaboradores, e ressalta que quaisquer atos cometidos contra os princípios legais, morais e regimentais serão punidos de acordo com a Lei. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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