Policiais responsáveis por ação que resultou na morte de civil são soltos

Os quatro são acusados pela morte do auxiliar de produção Tiago Messias Ribeiro, de 31 anos, em novembro do ano passado

Postado em: 10-02-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Os quatro são acusados pela morte do auxiliar de produção Tiago Messias Ribeiro, de 31 anos, em novembro do ano passado

Na noite da última quinta-feira (8) os policiais militares Flávio da Penha Gomes e Solimon José Martins foram liberados pela Justiça do Estado. Além deles, os também policiais Paulo Marcio Tavares e Gilmar Alves dos Santos conseguiram habeas corpus, mas ainda cumprem pena na Justiça comum e permanecem presos. Os quatro são acusados pela morte do auxiliar de produção Tiago Messias Ribeiro, de 31 anos, em novembro do ano passado.

A ação ocorreu em um sábado, Tiago estava em uma chácara onde morava e um adolescente invadiu o local. Ele roubou o carro da família, um Gol de cor branca e levou Tiago como refém. A família entrou em contato com a Polícia Militar descrevendo toda a situação, com Tiago como refém dirigindo o carro, e um cerco foi montado. Os oficiais abordaram o veículo com tiros, que resultou na morte dos dois. Segundo a investigação, cerca de 18 tiros atingiram o carro.

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Relatórios da PM afirmaram inicialmente que os policiais foram recebidos a tiros, mas uma câmera de segurança captou o momento em que os oficiais chegaram atirando, mesmo sem reação por parte do ladrão.

Cena do crime

Os quatro Policiais Militares Flávio da Penha Gomes, Solimon José Martins, Paulo Marcio Tavares e Gilmar Alves dos Santos são acusados de alterarem a cena do crime. A Polícia Civil (PC) divulgou imagens de outra câmera de segurança, onde um os policiais, após a abordagem inicial, entra no veículo e efetua disparos contra o pára-brisas.

De acordo com informações do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) de Aparecida de Goiânia, a conduta dos oficiais de segurança na abordagem caracteriza fraude processual. “Aquelas imagens indicam que houve uma alteração do local”, afirmou Matheus Noleto, o delegado do caso.

O comandante da Polícia Militar, coronal Divino Alves, afirmou que a ação dos policiais foi desastrosa. “Houve erro na abordagem e, por isso, compete o inquérito apurar o que houve ali, em que situação se deu a morte do Tiago, o que aconteceu com o outro policial que, pelas imagens, entrou no veículo e efetuou os disparos. Ele errou e não há duvida alguma em relação a isso. O procedimento operacional da minha instituição em momento algum coaduna com a atitude adotada por aquele policial”, completou. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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