Apenas um dos acusados de matar Ariane vai a júri popular, nesta segunda

Outros acusados passarão por julgamento em data ainda a ser escolhida

Postado em: 13-03-2023 às 16h17
Por: Ana Júlia da Cruz Costa
Imagem Ilustrando a Notícia: Apenas um dos acusados de matar Ariane vai a júri popular, nesta segunda
Outros acusados passarão por julgamento em data ainda a ser escolhida | Foto: Divulgação/TJGO

O julgamento do caso Ariane acontece nesta segunda-feira (13) desde às 8h30, no Fórum Cível, em Goiânia. Durante a sessão, presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, apenas um dos acusados pelo assassinato da jovem de 18 anos enfrentará o júri popular. Trata-se de Enzo Jacomini Carneiro Matos, conhecido pelo nome social Freya.

No julgamento de hoje, o outro acusado Jeferson Cavalcante Rodrigues também seria julgado. No entanto, a defesa dele entrou com recursou e alegou falta de tempo hábil para se inteirar sobre o assunto, já que o documento foi inserido no sistema do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), Projudi, apenas no sábado (11). O juiz acatou o pedido e o réu passará pelo julgamento em outra oportunidade.

Além de Jeferson, a acusada Raíssa Nunes Borges também interpôs recurso e será julgada posteriormente. Uma adolescente, que na época tinha 16 anos, também é acusada de participar do assassinato, mas seu caso tramita no Juizado da Infância e Juventude, sob segredo de Justiça.

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Roteiro do Júri

A previsão é de que o júri acabe por volta das 17 horas e o roteiro da sessão é:

  • Oitiva de testemunhas (começa com as de acusação);
  • Interrogatório do réu;
  • Prazo para debates (defesa e acusação);
  • Testemunhas do Ministério Público (MP);
  • Testemunhas de acusação (6);
  • Testemunhas do Enzo (2).

Testemunho mãe de Ariane

A mãe de Ariane Bárbara, Eliane Laureano, testemunhou durante o julgamento de hoje. Em seu relato, a mulher contou que conhecia os acusados apenas de vista. “Estou só caco desde que perdi minha filha. Deus está me dando força. Minha filha era uma menina boa. Como mãe, só quero Justiça”, desabafou em entrevista para a TV Record Goiás.

Em depoimento, Eliane também disse que, no dia seguinte ao desaparecimento da filha, ela foi até a pista de skate onde Ariane gostava de ir. No local, a mãe encontrou seus amigos, os acusados de matar a jovem, que se dispuseram a ajudar a procurar a menina.

Enzo permaneceu calado durante o interrogatório. O advogado, Cleib Bueno, explicou durante o júri que seu cliente estava muito abalado com a situação e, por isso, decidiu ficar em silêncio, conforme resguarda a legislação. O jovem é acusado de homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e corrompimento de menor de idade.

Acusação

A acusação leu uma parte do depoimento da adolescente acusada de também participar do crime: “A Freya deu um mata-leão muito forte na Ariane. Ela já fazia artes marciais e tinha um preparo para isso. Lembro que escutamos um estalo”, narrou a jovem que hoje tem 18 anos. Em seguida, todos os envolvidos teriam esfaqueado a menina, assassinada com oito facadas.

De acordo com o MP, a defesa alega que Ariane tinha um comportamento abusivo com Raissa e a adolescente e isso teria sido uma das motivações para o crime. O promotor Maurício Camargos também informou que os exames de insanidade mental feitos em Enzo apontam para um transtorno de personalidade misto, mas que isso não chega a impactar a capacidade dele de discernimento e entendimento das coisas.

Em depoimento, uma tia de Enzo afirma que não acreditava que o sobrinho tivesse cometido o crime e que se sensibilizava com a família de Ariane. “Não consigo imaginar que ele tenha feito isso. Na nossa família, o sentimento é de tristeza. Estamos sensibilizados com a família da garota [Ariane]. Ninguém quer estar em nenhum dos lados”, disse a familiar.

Entenda o caso

O caso aconteceu em 24 agosto de 2021. A vítima foi encontrada morta sete dias depois, em uma mata no Setor Jaó. Conforme apurado, a motivação principal do crime foi porque a acusada Raissa quis testar com o ato se era ou não psicopata. Os envolvidos chamaram a vítima para sair para lanchar e, na volta para casa, assassinaram Ariane mediante violência Física e golpes de faca.

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