HCN faz adaptações para tratar paciente indígena Avá-Canoeiro
O Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), recebeu no sábado (29), em Uruaçu, uma paciente indígena Avá-Canoeiro, Nakwatcha, de 78 anos.
Por: Julia Kuramoto
O Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), recebeu no sábado (29), em Uruaçu, uma paciente indígena Avá-Canoeiro, Nakwatcha, de 78 anos. Nakwatcha é uma das últimas cinco sobreviventes em Goiás da etnia, e não sabe falar português.
A paciente está em tratamento para investigar sintomas de um câncer, e está acompanhada pelos dois sobrinhos, que são intérpretes e acompanham os cuidados com a anciã de perto.
Desse modo, o tratamento da indígena foi adaptado segundo suas necessidades biológicas e também – principalmente – culturais. Portanto, uma das adaptações foi a mudança em seu quarto, onde foi instalada uma rede, após avaliação da equipe multidisciplinar. Logo, essa alteração trouxe mais conforte e qualidade para Nakwatcha.
Indígena Avá-Canoeiro
João Batista Cunha, diretor assistencial do HCN, relata que antes da mudança ela não estava reagindo positivamente ao ambiente.
“Ela não falava nada, parecia irritada e estava apática na cama, mas se sentiu mais à vontade ao mudar da cama para a rede. Depois que foi pra rede falou com o cacique, foi ao banheiro com ajuda e se acomodou na rede novamente”, destacou o diretor.
Além disso, outras alterações também foram feitas, como o acesso da família e a alimentação. Até mesmo a possibilidade de fazer uma pequena fogueira na parte externa do hospital está sendo avaliada, pois essa seria uma forma da paciente falar com os ancestrais, segundo a cultura Avá.
Desse modo, a equipe também fica atenta para não tocar no cajado da indígena, pois não é permitido.
Nakwatcha segue internada, em avaliação e na realização de exames necessários para o diagnóstico e para os protocolos requeridos em seu caso. Dessa maneira, o acolhimento humanizado, com as adequações necessárias para sua internação, e a utilização de uma abordagem clínica e professional (mediada interculturamente), demonstram a responsabilidade da gestão em saúde do Estado. Sendo assim, promove-se o acesso dessas populações nos serviços do SUS.