Quinta-feira, 28 de março de 2024

HCN faz adaptações para tratar paciente indígena Avá-Canoeiro

O Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), recebeu no sábado (29), em Uruaçu, uma paciente indígena Avá-Canoeiro, Nakwatcha, de 78 anos.

Postado em: 01-05-2023 às 15h12
Por: Julia Kuramoto
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Foto: Imed

O Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), recebeu no sábado (29), em Uruaçu, uma paciente indígena Avá-Canoeiro, Nakwatcha, de 78 anos. Nakwatcha é uma das últimas cinco sobreviventes em Goiás da etnia, e não sabe falar português.

A paciente está em tratamento para investigar sintomas de um câncer, e está acompanhada pelos dois sobrinhos, que são intérpretes e acompanham os cuidados com a anciã de perto.

Desse modo, o tratamento da indígena foi adaptado segundo suas necessidades biológicas e também – principalmente – culturais. Portanto, uma das adaptações foi a mudança em seu quarto, onde foi instalada uma rede, após avaliação da equipe multidisciplinar. Logo, essa alteração trouxe mais conforte e qualidade para Nakwatcha.

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Indígena Avá-Canoeiro

João Batista Cunha, diretor assistencial do HCN, relata que antes da mudança ela não estava reagindo positivamente ao ambiente.

“Ela não falava nada, parecia irritada e estava apática na cama, mas se sentiu mais à vontade ao mudar da cama para a rede. Depois que foi pra rede falou com o cacique, foi ao banheiro com ajuda e se acomodou na rede novamente”, destacou o diretor.

Além disso, outras alterações também foram feitas, como o acesso da família e a alimentação. Até mesmo a possibilidade de fazer uma pequena fogueira na parte externa do hospital está sendo avaliada, pois essa seria uma forma da paciente falar com os ancestrais, segundo a cultura Avá.

Desse modo, a equipe também fica atenta para não tocar no cajado da indígena, pois não é permitido.

Nakwatcha segue internada, em avaliação e na realização de exames necessários para o diagnóstico e para os protocolos requeridos em seu caso. Dessa maneira, o acolhimento humanizado, com as adequações necessárias para sua internação, e a utilização de uma abordagem clínica e professional (mediada interculturamente), demonstram a responsabilidade da gestão em saúde do Estado. Sendo assim, promove-se o acesso dessas populações nos serviços do SUS.

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