Polícia afasta tese de venda de gêmeos recém-nascidos em Anápolis
O casal que foi apontado como "compradores" alegam que ajudaram nas despesas por caridade, versão corroborada pelos pais biológicos
Por: Katrine Fernandes
Katrine Fernandes*
Por enquanto a Polícia
Civil decidiu descartar a hipótese de que pais biológicos de gêmeos
recém-nascidos teriam a intenção de vende – los a um casal que pagou consultas
e o parto, em Anápolis, a 55 km de Goiânia.
Os pais biológicos dos
gêmeos são pessoas simples, com baixa condição financeira e moram em Campo
Limpo de Goiás, a 17 km de Anápolis. A
suspeita de venda das crianças surgiu após a mãe ter duas consultas e uma cesariana
pagas pelo casal investigado.
Em depoimento, os dois
casais negaram as denúncias e os que foram apontados como
“compradores” alegaram que ajudaram nas despesas por caridade, versão
corroborada pelos pais biológicos.
Além de todos os envolvidos negarem, em depoimento, a situação, a
delegada Kenia Segantini, responsável pelo caso, disse que o fato dos bebês já
terem sido registrados pelos genitores indica a inexistência da
comercialização.
“Seguimos investigando o caso, mas não há nenhum indício de
que houve a venda ou a doação irregular. Os pais biológicos registram os bebês,
o que geralmente não ocorre em situações onde há a intenção de ceder os filhos
a outra pessoas”, disse a delegada.
O documento foi anexado ao inquérito. A polícia ainda vai oficiar
a Maternidade Dr. Adalberto Pereira da Silva, onde foi feito o parto, para
saber quem custeou as despesas. Em seguida, o caso será remetido à Justiça. A
delegada pontua que a tendência é pedir o arquivamento.
Nascimento
Os bebês nasceram de 36 semanas, no último dia 30 de junho.
Segundo a psicóloga Rafaela Dias, o menino e a menina são saudáveis. A
coordenação da maternidade informou na manhã desta quinta-feira (5), por
telefone, a mãe e os bebês seguem internados na unidade.
Em nota, a maternidade disse que “tomou todas as medidas
legais cabíveis para que tal fato fosse investigado pelos órgãos
competentes”. O comunicado pontua ainda que a instituição prestará todos
os esclarecimentos necessários, assim como medidas para “preservar a integridade
física e emocional da mãe e dos recém-nascidos”.O Conselho Tutelar também
acompanha o caso.
