Ministro da Defesa visita Formosa e Cenipa investiga queda de aeronave
A área da ocorrência foi isolada e militares do Centro de Investigação e Prevenção de Acidente Aeronáuticos recolheram “caixa preta”
Por: Redação
Carol Arantes
Os corpos dos dois militares que morreram na queda de uma aeronave da Marinha na tarde desta terça-feira (8), em Formosa, a 240 km de Goiânia, foram liberados pelo Instituto Médico Legal (IML) e, até o início da noite, não havia informação de velório dos sargentos Renan Guedes Moura e Luís Fernando Tavares Augusto.
O acidente que causou a morte dos militares continua causando comoção entre familiares, amigos e pessoas que já trabalharam com as vítimas na Marinha, Renan, que era da Base de Fuzileiros Navais da Ilha do Governador (RJ), e Luís Fernando, do Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais. Eles eram do Rio de Janeiro.
Além deles, doze tripulantes estavam no momento, conforme informações divulgadas pelo Corpo de Bombeiros de Goiás. Em publicação no Instagram, a Marinha do Brasil prestou nota de pesar sobre o ocorrido em que afirmava que, “entristecida, lamenta o falecimento de dois militares”.
Ainda na nota, a instituição disse que, “nesse momento de luto para a Família Naval, nos solidarizamos com os familiares e amigos desses bravos militares que escolheram a Marinha para servirem à Pátria.”
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Militares que conheciam as vítimas aproveitaram para se despedir, homenageando-os. “Tive a honra de servir com o Sargento Luiz. Ele era um militar dedicado, honrado, excelente pai, esposo e filho. Meus sinceros sentimentos aos familiares e amigos”, comentou um.
Outro militar também aproveitou para deixar um recado. “Eu conheci o Guedes e tenho muito orgulho de ter servido com ele. Sua família de sangue e a família naval chora sua perda. ”
A tragédia ocorreu durante exercícios de treinamento em uma tradicional área militar da região. O Tenente Coronel Bráulio do Corpo de Bombeiros de Goiás (CBMGO) informou por meio de vídeo que a equipe foi acionada por volta das 13 horas sobre o episódio.
Na manhã desta quarta-feira (9) o Ministro da Defesa, José Múcio foi à Formosa para acompanhar as investigações. Além dele, compareceu o comandante da Marinha do Brasil, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen.
O ministro lembrou a repórteres que acompanhavam a agenda que os exercícios militares ocorrem desde 1988 sem intercorrências e que a causa e a apuração final do acidente deve ser concluída em seis meses.
Impressionado com o que a tragédia provocou, o ministro disse: “Se você vir os destroços como nós vimos, você não acredita que tenha saído gente viva dali. Uma coisa impressionante, um amontoado de ferro e plástico.”
Múcio, ainda, disse que foi ao local “verificar e conversar com a tropa” e, além de lembrar às 14 pessoas que estavam no helicóptero, prosseguiu: “infelizmente duas perderam a vida. A Marinha de pronto deu toda a assistência às famílias, psicológica. Os acidentados foram levados para os hospitais de Brasília e Formosa. As famílias tiveram assistência psicológica e religiosa”.
Segundo a Marinha, a área da ocorrência foi isolada e militares do Centro de Investigação e Prevenção de Acidente Aeronáuticos (Cenipa) recolheram equipamentos que irão auxiliar na investigação, inclusive a “caixa preta”. Além do Cenipa, as causas do acidente são acompanhadas pela Comissão de Investigação de Acidente Aeronáutico, responsável pela investigação do caso.”
A primeira aeronave do modelo envolvido no acidente, UH-15 Super Cougar, foi entregue no dia 11 de abril de 2011, na Base Naval do Rio de Janeiro, servindo ao serviço Operacional da Marinha do Brasil e vem desempenhando desde então, conforme informações da Marinha do Brasil. Além disso, a aeronave tem sido usada, desde que chegou ao Brasil, para o auxílio ao trabalho do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o transporte de urnas eletrônicas, sobretudo naqueles lugares inacessíveis pelo País.