Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Senador pede que MPT investigue Unimed Goiânia por ameaça de demissão em massa

Unimed é investigada por suspeita de coagir trabalhadores a votarem contra o piso salarial da Enfermagem

Postado em: 12-09-2023 às 15h34
Por: Tathyane Melo
Imagem Ilustrando a Notícia: Senador pede que MPT investigue Unimed Goiânia por ameaça de demissão em massa
Unimed é investigado por suspeita de coagir trabalhadores a votarem contra o piso salarial da Enfermagem | Foto: Leandro Braz/ O Hoje

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) solicitou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) uma investigação sobre uma suposta ameaça feita pela empresa Unimed para que funcionários votem em assembleia contra o recebimento do Piso da Enfermagem. Em áudios que circularam nas redes, a gerente de gestão de pessoas da Unimed, Elaine Campos, teria sugerido demissões em massa caso os funcionários persistissem em buscar a aplicação da lei do piso.

A discussão gira em torno do acordo coletivo proposto pela empresa de planos de saúde privados, que pretende pagar salários inferiores ao piso salarial da Enfermagem, do Técnico de Enfermagem, do Auxiliar de Enfermagem e da Parteira, norma aprovada pelo Congresso Nacional, cuja autoria é do próprio senador Contarato. Áudio revelado por jornal Opção mostra tentativa de coação durante reuniões com profissionais em Goiânia, com ameaças de demissão para aqueles que não aceitarem o acordo proposto.

No ofício encaminhado ao procurador-geral do Trabalho e ao MPT de Goiás, o senador pede uma investigação dos fatos, com possibilidade de responsabilização dos envolvidos nas ameaças, enfatizando que o piso salarial é um direito garantido aos profissionais após um amplo processo de discussão e aprovação no Congresso Nacional. O senador considera a conduta da Unimed como “prática induvidosamente abusiva, causadora de humilhação e constrangimento aos empregados”.

Continua após a publicidade

Autor do Projeto de Lei 2.564, que estabeleceu o piso nacional da categoria, Contarato destaca que a coação para descumprir a lei ou forçar funcionários a aceitar salários menores do que o estipulado é inaceitável e contraproducente em relação à legislação brasileira. “As empresas não podem usar da coação para descumprir a lei ou para obrigar que os empregados aceitem valor menor do que o estipulado na legislação. Esse tipo de discurso é autoritário e impõe a política do medo”, afirma o senador.  

Em resposta às acusações, a Unimed afirmou que “tem o compromisso de manter um relacionamento transparente e respeitoso com todos os seus colaboradores e parceiros”. O desfecho desse caso aguarda agora a investigação das autoridades competentes, em busca de esclarecimento e possível responsabilização pelos acontecimentos relacionados à ameaça a funcionários de enfermagem.

Veja Também