Exercícios trazem benefícios para quem precisa fazer imunoterapia

Importância dos exercícios físicos no tratamento do câncer e seu impacto na saúde oncológica no Brasil

Postado em: 23-09-2023 às 09h00
Por: Tathyane Melo
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Oncologista destaca a importância dos exercícios físicos no tratamento do câncer, especialmente para pacientes em hormonoterapia, contribuindo para a resistência física | Foto: Arquivo Pessoal

Um estudo inédito conduzido pelo renomado oncologista Paulo Bergerot, integrante do Grupo Oncoclínicas, apresentou resultados promissores sobre o impacto positivo da prática de exercícios físicos em pacientes com câncer e que estão sob tratamento com imunoterapia. A pesquisa, que é a primeira do tipo realizada na América Latina, demonstrou que um programa de exercícios remotos supervisionados pode melhorar a qualidade de vida desses pacientes e abrir novas perspectivas para a terapia do câncer. 

A pesquisa foi apresentada durante o 11º Congresso Internacional Oncoclínicas e Dana-Farber, realizado em São Paulo entre os dias 14 e 16 de setembro. O estudo envolveu um grupo de 40 pacientes com diferentes tipos de câncer que estavam recebendo tratamento com imunoterapia, seja como terapia isolada ou em combinação com quimioterapia. Esses pacientes participaram de um programa de atividades físicas supervisionado à distância com duração de 12 semanas. O programa incluiu exercícios de resistência e aeróbicos, realizados de 3 a 5 horas por semana, de 4 a 6 dias por semana. 

O principal objetivo do estudo era avaliar a viabilidade de um programa de exercícios físicos supervisionados remotamente para pacientes em tratamento oncológico. Segundo o oncologista Paulo Bergerot, a pesquisa surgiu da necessidade de explorar estratégias de baixo custo que pudessem melhorar a qualidade de vida dos pacientes, especialmente aqueles que possuem menos recursos financeiros.

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“A prática de exercícios deve ser estimulada não apenas como método eficaz de prevenção ao câncer na população em geral, mas especialmente ao paciente após o diagnóstico de câncer, seja na fase do tratamento ou depois dele”, ressaltou Bergerot.

Os participantes do estudo tinham em média 59 anos e eram predominantemente do sexo feminino. Os tipos de câncer mais comuns entre os pacientes foram o câncer de mama (24,4%) e o câncer renal (22,0%).

O médico oncologista Gabriel Felipe Santiago destaca os benefícios dos exercícios. “A realização de atividade física, tanto aeróbia como anaeróbia, vai aumentar a capacidade física do paciente, vai diminuir o risco de ele ter, por exemplo, fraturas, uma vez que a realização de musculação está associado a um ganho na densidade mineral óssea do paciente, então exercício de musculação, combinado ao exercício aeróbico, para um paciente que faz hormonoterapia, por exemplo.”

Ele destacou que a prática regular de exercícios pode trazer inúmeros benefícios aos pacientes oncológicos, incluindo o aumento da resistência física, a redução da fadiga e, em alguns casos, o fortalecimento do sistema imunológico. Esse enfoque se mostra particularmente relevante para os pacientes que estão em tratamento com hormonioterapia, como é o caso do câncer de próstata e de mama, onde a atividade física pode desempenhar um papel crucial na melhoria do bem-estar do paciente.

No entanto, o especialista também observou que nem todos os pacientes oncológicos têm a capacidade clínica de realizar exercícios físicos, especialmente aqueles que estão passando por tratamentos mais intensos, como a quimioterapia. Em tais casos, é essencial que o paciente primeiro se recupere e melhore sua condição física antes de iniciar um programa de atividade física supervisionada. Cada paciente é único, e a abordagem deve ser adaptada às suas necessidades e circunstâncias individuais.

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