Desocupação no Morro da Serrinha gera conflitos
Controvérsia na desocupação do Morro do Serrinha em Goiânia gera impasse entre moradores, grupos religiosos e construtora Opus.
Por: Luana Avelar
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No último dia 29, a Comissão de Soluções Fundiárias do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) anunciou o acordo para a desocupação da área do Morro do Serrinha, em Goiânia. Porém, surge uma rede de interesses e conflitos, onde os objetivos imobiliários entram em choque direto com os direitos e necessidades da comunidade local.
A empresa, que recentemente fez uma parceria milionária com o Grupo Jaime Câmara (GJC), demonstrou interesse na área do Morro do Serrinha, gerando um impasse quanto à desocupação das cerca de 40 pessoas que ali residem. Embora a empresa tenha oferecido lotes para as tendas religiosas, os moradores afirmam não terem sido contemplados no acordo.
Enquanto a Tenda Primeiro é Deus aceitou o acordo e ganhou um lote no Residencial Lira de Santana, a Tenda Igrac recusou a proposta, alegando que o pastor responsável também possui uma casa na região. Segundo os ocupantes, eles não foram informados do acordo e denunciam não terem recebido nenhuma proposta.
A Comissão de Soluções Fundiárias, em colaboração com diversos órgãos e representantes do Estado, Ministério Público e Defensoria Pública, buscou mediar o processo. O acordo prevê a compra da área pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi), com concessão de uso por no mínimo três anos e a promessa de doação definitiva, caso as condições legais sejam cumpridas.
Parte dos ocupantes já deixou a área e está alojada em imóveis oferecidos pela Ademi, cerca de 30 pessoas permanecem no local, alegando não terem sido informadas do acordo. Entre eles, encontram-se idosos, mulheres e até animais em situação de vulnerabilidade.
O processo continua a ser acompanhado pelo Centro de Referência de Assistência Social, que busca garantir direitos aos moradores.