Minimercados nos bairros, a nova tendência das grandes redes

Tendência chega como resposta à um novo perfil de consumidor que busca mais qualidade de vida economizando tempo

Postado em: 15-12-2023 às 08h58
Por: Alexandre Paes
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Tendência chega como resposta à um novo perfil de consumidor que busca mais qualidade de vida economizando tempo | Foto: Reprodução

Nos últimos anos, observou-se um notável crescimento de minimercados nos diversos bairros da cidade grande. Essa tendência representa uma resposta à busca crescente por conveniência por parte dos consumidores, que agora encontram opções de compras próximas de suas residências. Esses estabelecimentos oferecem uma variedade de produtos essenciais, proporcionando uma alternativa acessível e rápida aos tradicionais supermercados.

Embora os minimercados tenham ganhado terreno, a expansão das grandes redes supermercadistas desempenha um papel crucial na equação econômica. Primeiramente, essas redes têm o poder de investimento necessário para aprimorar a infraestrutura local, gerando empregos e contribuindo para o desenvolvimento econômico dos bairros. Além disso, a presença de grandes supermercados proporciona uma diversidade de produtos e opções de marcas, atendendo às variadas necessidades de uma comunidade em crescimento.

Levantamento mais recente da Associação Brasileira de Strip Malls (ABMalls) mostra que o modelo que predomina hoje no Brasil é o de menor porte, de até 1.500 m². E mais de 90% dos estabelecimentos ainda ficam na região Sudeste, o que indica grande oportunidade de crescimento nas demais áreas do país, ainda pouco exploradas, mas que estão se movimentando.

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Em Goiás, por exemplo, existem empresas que estão atentas às oportunidades e investem nesse mercado, que entrega soluções em ativos imobiliários. “Percebemos que existe uma mudança de hábitos por parte do consumidor e, além de atender às expectativas desse novo público, com o modelo de negócio é possível reduzir substancialmente os custos de operação”, explica Marcos Blanche, gestor da BP Real Estate Pro. A empresa lançou cinco strip malls nos últimos dois anos na região Centro-Oeste e trabalha com investidores que buscam oportunidades de diversificar a carteira de forma segura. 

O servidor público Glauber Oliveira Barroso fala sobre a comodidade: “É um local compacto que atende muito bem as nossas expectativas. Antes eu malhava em outra academia que não era tão longe, mas tinha que pegar o carro pra ir e não era 24 horas. Aqui ficou muito mais prático, além de ser bem melhor poder vir andando e apreciando a cidade de uma outra forma. Com certeza representa mais qualidade de vida.”

Com mais pessoas trabalhando, ao menos parcialmente, a partir de casa e a busca por maior comodidade e qualidade de vida, existe uma mudança significativa no perfil do consumidor brasileiro, e é nesse movimento que se multiplicam os strip malls, empreendimentos que fortalecem o comércio de vizinhança. Quase 70% dos empreendimentos nesse formato no Brasil possuem menos de 5 anos, o que indica um mercado ainda muito jovem e com relevantes possibilidades.

Outro segmento que tem crescido é a oferta por produtos e serviços pets, e todos os bairros da cidade concentram dezenas de pet shops ou casas de fáceis para atender os tutores de animais daquela região. Uma grande rede tem oferecido  a oferta completa de produtos e serviços para esses bichinhos, criando novas unidades em cada setor da capital de Goiás.

“As lojas compactas permitem agora a entrada em praças menores e atendimento de bairros específicos. Tudo isso dentro de um cenário onde a venda online atingiu uma participação recorde, próxima a 40%, (alavancada pela pandemia e seus impactos nas mudanças de hábitos dos consumidores)”, conta Bruno Romanzini, diretor da Pets.

A estratégia da empresa foi sendo atualizada com o tempo, considerado hoje uma rede existente muito maior de lojas e da própria concorrência. Por exemplo, só em 2022 a Petz expandiu 50 lojas, praticamente o dobro do número de lojas que possuía em 2015. “A tendência é que essas lojas setoriais continuem concentrando os serviços de estética, clínicas veterinárias e hospitais oferecendo a melhor experiência aos clientes”, pontua Bruno.

Segundo ele, no próximo ano as lojas compactas representam mais da metade das lojas em termos de regiões. “Terminaremos o ano de 2023 com 246 lojas Petz e finalizaremos 2024 com mais de 300 lojas considerando as lojas Petz,  Zeenow e Franquias Zeedog”, destacou o diretor que continua investido na praticidade do setor de serviços voltado aos animais de estimação.

Mercado de vizinhança e o novo consumidor

Um estudo apontou que 68% das pessoas fazem suas compras perto de casa, optando pela conveniência da proximidade ao ponto de venda. Analisando apenas os consumidores brasileiros, este número chega a 77% segundo pesquisa realizada neste ano pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).

“Operações mais enxutas são uma tendência tanto no varejo como na conveniência e serviço. em grandes centros como São Paulo isso já vem acontecendo há algum tempo e agora chega com muita força no Centro Oeste, em especial no estado de Goiás. Além do mercado de pets revendo sua estratégia de venda, hipermercados, academias e até lojas de material de construção estão atentos e investindo em lojas mais compactas e, assim, os pequenos centros comerciais em pontos estratégicos ganham força”, afirma o sócio da BP Real Estate Pro, Marcos Blanche.

Um exemplo em Goiânia é o supermercado Moreira que inaugura em breve sua primeira loja em formato bairro no Mall Praça do Sol. “Nossos malls geraram mais de 134 milhões em valores de contratos nos últimos dois anos e que a nossa perspectiva é dobrar o número do empreendimento nos próximos dois anos em Goiânia, Anápolis, Rio Verde e Aparecida de Goiânia”, expõe Marcos onde serão os próximos investimentos.

Dentre os principais motivos para a escolha, somando 40% dos indicadores, estão o conforto, comodidade, agilidade e facilidade. Outras razões também foram citadas pelos consumidores, como acessibilidade e localização (17%); costume e conhecimento do local (15%) e preço (9%). “A mudança de hábito impacta até mesmo a saúde das pessoas, uma vez que esses empreendimentos têm áreas abertas que facilitam a circulação, o que mantém os clientes confortáveis, sem perderem de vista seus objetivos de consumo”, avalia Marcos.

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