UFG tem 1,3 mil vagas ociosas

Apenas na Universidade Federal de Goiás, há o registro de 1.300 estudantes de graduação que não renovaram o vínculo com a instituição, ou seja, deixando a vaga ociosa

Postado em: 29-09-2018 às 10h00
Por: Sheyla Sousa
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Apenas na Universidade Federal de Goiás, há o registro de 1.300 estudantes de graduação que não renovaram o vínculo com a instituição, ou seja, deixando a vaga ociosa

Laís trancou Letras na UFG e deixou a vaga ociosa para estudar outro curso em uma instituição privada, em Goiânia

Raunner Vinícius Soares*

Um programa para ocupar vagas ociosas em Universidades Públicas está sendo estudado pelo Ministério da Educação (MEC). Será uma modalidade do Sistema de Seleção Unificada (SISU), chamada SISU Transferência. O objetivo é que estudantes que já cursam o ensino superior e querem migrar para uma instituição pública possam ocupar vagas deixadas por estudantes que trocaram o curso ou abandonaram o ensino superior.

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Só na Universidade Federal de Goiás (UFG), no período entre o segundo semestre de 2015 até o primeiro de 2017, ou seja, dois anos, há o registro de 1.300 estudantes de graduação que não renovaram o vínculo com a instituição por meio do termo de desistência ou simplesmente não fizeram a matrícula. Neste mesmo período, há o registro de 290 estudantes de graduação que mudaram de curso na UFG por meio de processo seletivo para troca de curso. 

O sistema deverá funcionar como o SISU, que seleciona o estudante com base no desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), mas como se trata de vagas abertas ao longo do curso, serão ofertadas para os estudantes que já estão no ensino superior particular ou em outra instituição pública e que desejam fazer a transferência. A proposta já havia sido proposta anteriormente em outras gestões do MEC, mas não saiu do papel.

Essa situação de desistência de curso aconteceu com a estudante universitária, Laís Cristina Souza de Araújo, que trancou Letras na Universidade Federal de Goiás, porque nunca quis fazer este curso e, na verdade, queria fazer jornalismo. “Como eu não consegui passar em jornalismo por conta da concorrência e também não consegui a transferência, porque quando fui transferir a oferta era pouca optei por ir para uma universidade particular”, diz a estudante.

Laís Araújo preferiu mudar de universidade, porque não quis esperar e tem outros planos para o futuro que envolvia o tão sonhado curso de jornalismo. “Além de fazer o curso, quero fazer um intercâmbio e se eu ficasse lá [Universidade Federal de Goiás] e esperasse para transferir iria demorar muito. Como sou muito ansiosa quis resolver isso logo”, explica a estudante universitária.

Enem

O Exame Nacional do Ensino Médio é uma prova realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, autarquia vinculada ao Ministério da Educação, e foi criado em 1998. Ele é utilizado para avaliar a qualidade do ensino médio no país. Seu resultado serve para acesso ao ensino superior em universidades públicas brasileiras, através do Sistema de Seleção Unificada (SISU), assim como em algumas universidades no exterior.

Avaliação

De acordo com informações do MEC, os gastos do governo entram na conta para a criação do novo programa, porque, na verdade, as vagas ociosas representam um desperdício de dinheiro público. O anúncio foi feito quinta-feira (20), durante a apresentação dos dados do Censo da Educação Superior, que mostraram que cerca de 70 mil vagas nas universidades federais estão ociosas.

O Censo mostra que, em 2017, 46,3% das vagas nas instituições privadas de ensino superior eram mantidas ou por financiamentos ou por bolsas pagas por meio de isenções de fiscais públicos. Quase 60% dessas bolsas e financiamentos são referentes ao Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) e ao Programa Universidade para Todos (PROUNI), federais.

Segundo os dados do Censo, a rede federal conta com 63 universidades e 40 institutos federais e Centros Federais de Educação Tecnológica, todos ligados ao MEC. Há ainda, seis faculdades, uma ligada ao MEC e cinco vinculadas a outros ministérios. Ao todo, nessas instituições estão matriculados mais de 1,1 milhão de alunos. Em dez anos, a rede federal mais que dobrou de tamanho. (Raunner Vinícius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades RhudyCrysthian) 

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