Compostagem faz lixo orgânico virar adubo

Eduardo Marques* 

Segundo dados da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), o município produz em média, 34.620 toneladas de resíduos orgânicos por mês, o que equivale a 1.200 toneladas por dia, que são encaminhados para o aterro municipal. E, segundo estimativa da prefeitura, 60% desse lixo é orgânico.

De acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o brasileiro produz em média mais de um quilo de lixo por dia. Para proporcionar uma vida útil mais longa aos aterros, uma solução encontrada é o processo de compostagem, que é o processo biológico de reciclagem da matéria orgânica.

“Quando a população faz o seu papel, consequentemente diminuímos o impacto ambiental. Por isso, há muito a se fazer, pois mesmo separando esses materiais, muitos cidadãos ainda deixam os dejetos juntos, fazendo com que esse material perca todo o valor”, afirma o presidente da Comurg, Denes Pereira.

Adubo 

Com o objetivo de minimizar a geração de resíduos na cidade, uma iniciativa nas Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa-GO), em parceria com uma empresa privada, busca um novo destino para o lixo orgânico que provém dos rejeitos de frutas, legumes e verduras comercializados na unidade.

A iniciativa resulta no processamento de 30 toneladas de resíduos orgânicos por dia e transforma esse material em adubo orgânico. Mas de acordo com Denício Trindade, ex-presidente da Ceasa e idealizador da parceria, a meta é processar cerca de 100 toneladas por dia. “Queremos fazer nossa parte e minimizar o impacto ambiental, além de desafogar o descarte de material que pode ser reaproveitado pelos produtores da Ceasa”, explica.

De acordo com a Neo Organic, empresa responsável pelo processamento do lixo orgânico na Ceasa, o processo é novo, utiliza tecnologias ainda pouco difundidas no Brasil e não tem geração de odor ou chorume. Em cinco dias o resíduo orgânico já está pronto para atender as necessidades do solo.

Folhas e gramas

Com pouco mais de 1,5 milhão de metros quadrados de áreas verdes, um condomínio horizontal realiza, há 10 anos, a compostagem das massas verdes, podas de grama e cerca viva, folhas e galhas trituradas. De acordo com o supervisor do núcleo de conservação, limpeza e meio ambiente do empreendimento, Eustáquio Teixeira Júnior, a produção de compostagem do condomínio é feita em grande escala, pois são geradas cerca de 100 toneladas mensais de matéria orgânica. 

“Recolhemos todas as gramas, folhas e galhos que caem das árvores das nossas áreas verdes e deixamos decompor em uma área de 25 mil metros quadrados ao lado do condomínio. Esse material orgânico fica ali por três ou quatro meses e no final do processo de homogeneização, temos um composto de ótima qualidade que, após passar por análise, é utilizado como adubo no paisagismo e também repassado aos moradores para que utilizem nos seus jardins domésticos”, comentou Eustáquio. 

Horta

A compostagem é uma forma de otimizar o reuso das matérias orgânicas. Por isso que pessoas e também as empresas desenvolvem ações e projetos internos que buscam meios sustentáveis e de preservação da natureza, podendo ser facilmente utilizados em casas e no trabalho. Por conta disso, outro condomínio incluiu na horta do seu projeto um Canteiro Ecológico.

A gestora ambiental da empresa construtora do residencial, Cinthia Martins, explica que o Canteiro Ecológico está presente desde o planejamento inicial e é mantido até a conclusão da obra. “Fazemos uma estrutura que tenha o menor impacto possível no meio ambiente. Também incluímos uma composteira na horta”, explica. (Eduardo Marques é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)