“Conhecia Zacharias Calil pela televisão”, diz mãe de siamesas do interior de São Paulo

Kiraz e Aruna, que completam 4 meses no próximo dia 15 de Fevereiro, passaram por consulta médica em Goiânia na segunda-feira (05)

Postado em: 07-02-2024 às 12h00
Por: Ronilma Pinheiro
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Liliane Cristina da Silva, 35 anos, descobriu que as bebês eram gêmeas siamesas aos cinco meses de gestação enquanto fazia uma ultrassonografia de rotina | Foto: Divulgação

“Nós já conhecíamos o trabalho dele, assistimos reportagens pela televisão de casos em que ele fez cirurgias em gêmeas siamesas”, afirma Liliane Cristina da Silva, 35 anos, que veio para Goiânia na última segunda-feira (5) junto com o esposo Alessandro Rodrigues, 39, e as filhas Kiraz  e Aruna, gêmeas siamesas de 3 meses de idade, em busca de acompanhamento com o médico cirurgião pediátrico Zacharias Calil.

A mãe, que acompanhava o trabalho do médico somente pelas telas da TV, conta que nunca imaginou que chegaria esse dia, em que precisaria dos cuidados médicos do profissional, que tem uma longa experiência após realização de 22 cirurgias de separação de siameses. O casal mora na cidade de Igaraçu do Tietê, a 230 km de São Paulo. 

Liliane descobriu que as bebês eram gêmeas siamesas aos cinco meses de gestação enquanto fazia uma ultrassonografia de rotina. As meninas nasceram no interior de São Paulo, e como não havia o atendimento necessário de profissionais adequados na região, o casal precisou vir para Goiás, onde receberam acompanhamento no consultório do Hospital da Criança e do Adolescente (Hecad) em Goiânia. Esta foi a segunda consulta das irmãs.

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Assim que descobriram que teriam gêmeas siamesas, enviaram e-mails Zacarias Calil, a fim de virem para Goiás iniciar os acompanhamentos ainda no pré-natal, mas a distância e a condição financeira não permitiu que o casal viajasse. Eles resolveram então que viriam após o nascimento das filhas, o que só foi possível após complicações na saúde da mulher. “Tive algumas complicações e acabei ficando internada no Hospital da região e aí a médica responsável pelo meu atendimento entrou em contato com o Dr Zacarias Calil  e fez essa”, lembra.

Kiraz  e Aruna, que completam 4 meses no próximo dia 15 de Fevereiro,  estão unidas pelo tórax, abdômen, bacia, genitália e possuem apenas 3 pernas,  conforme avaliado pelo especialista. “As gêmeas estão conjugadas e compartilham a parte inferior do tórax. É um caso complexo, mas temos a confiança de que poderemos realizar este procedimento daqui a uns meses; com a experiência da nossa equipe sei que é possível dar uma nova condição de vida para estas gêmeas”, afirma  Zacharias Calil, após avaliar as gêmeas.

Depois de ouvirem o diagnóstico do médico, os pais estão mais confiantes, segundo Lilian. “Antigamente eu tinha preocupação de saber qual médico iria fazer cirurgia, iria estudar o caso das minhas filhas mas agora não tenho mais preocupação, estou mais aliviada por causa do doutor Zacharias Calil”, afirma. “Eu creio em Deus que tudo vai dar certo. Entregamos na mão de Deus primeiramente e depois nas mãos dos médicos”, diz a mãe.

Apesar de estarem evoluindo como o esperado pela equipe médica, as irmãs ainda precisam ganhar mais peso e após cerca de 4 meses deverão receber a introdução de expansores de pele, para que haja condições ideais para fechar as aberturas provocadas pela cirurgia de grande porte, segundo o cirurgião. “Vamos dar prosseguimento. Elas precisam de estar com a vacinação em dia para terem uma boa imunidade e daqui uns 4/5 meses já devemos colocar os expansores de pele das gêmeas”, acrescenta.

Além do caso das gêmeas Kiraz e Aruna, Zacharias Calil acompanha as siamesas Lara e Larissa que estão unidas pelo tórax, abdômen e bacia. Elas também vieram de outro Estado, no caso, do Pará, em busca de tratamentos e acompanhamentos médicos com o pediatra. Em suas redes sociais, o médico pede ajuda para a família das gêmeas, que se afastaram do trabalho para cuidarem das filhas.

Lilian e Alessandro retornaram para São Paulo nesta terça-feira (06) juntamente com as filhas. A família deve retornar para capital de Goiás dentro de um período de quatro meses para dar continuidade aos acompanhamentos.

Os tratamentos pediátricos são feitos periodicamente no Hospital de Botucatu (SP) desde que as crianças nasceram. Para pagar os custos com viagens de São Paulo para o Estado de Goiás a família conta com apoio da prefeitura de Igaraçu do Tietê. Em Goiânia, o casal recebe acolhimento na casa de apoio da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG).

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