Moradores enfrentam dificuldades por causa de obra atrasada da Castelo Branco

Ao custo de R$ 3,8 milhões, o serviço teve início em fevereiro deste 2022 e deveria ficar pronto primeiro em agosto e depois no final de novembro de 2023

Postado em: 20-02-2024 às 12h30
Por: Alexandre Paes
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A situação é ainda mais preocupante para os comerciantes que dependem do movimento na Avenida Castelo Branco para sustentar seus negócios | Foto: Leandro Braz/O Hoje

O atraso nas obras de requalificação da Avenida Castelo Branco, um importante corredor viário de Goiânia, está gerando impactos negativos na vida dos moradores e comerciantes da região. O projeto, que tinha como objetivo revitalizar a avenida e melhorar a mobilidade urbana, enfrenta obstáculos que têm afetado a qualidade de vida dos cidadãos.

Ao custo de R$ 3,8 milhões, o serviço teve início em fevereiro deste 2022 e deveria ficar pronto primeiro em agosto e depois no final de novembro de 2023. Moradores e comerciantes reclamam dos transtornos causados pelo atraso nas obras. “A situação está caótica aqui na Avenida Castelo Branco”, relata José Santos, proprietário de um comércio local. “Isso está afetando diretamente o movimento e as vendas”.

Além dos problemas no tráfego e no acesso aos estabelecimentos comerciais, os moradores também enfrentam dificuldades no dia a dia. “As obras deveriam trazer melhorias para a nossa comunidade, mas até agora só temos visto transtornos, começando pelas árvores que foram retiradas e colocaram tudo de calçada em concreto”, diz Maria Oliveira, moradora do bairro. “Estamos preocupados com a segurança e o bem-estar de todos.”

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Também existem problemas de comunicação, os comerciantes reclamam da falta de explicações por parte das autoridades responsáveis pelas obras. “Não sabemos quando as obras serão concluídas e quais serão os próximos passos. Essa incerteza nos deixa ainda mais preocupados”, afirma Carlos Oliveira, dono de um restaurante na região. “Precisamos de informações claras e transparentes sobre o andamento dos trabalhos.”

A situação é ainda mais preocupante para os comerciantes que dependem do movimento na Avenida Castelo Branco para sustentar seus negócios. “Estamos lutando para sobreviver neste momento difícil. O atraso nas obras só torna as coisas ainda mais complicadas para nós”, diz João Santos, proprietário de uma papelaria no local. “Precisamos de uma solução urgente para esse problema.”

As obras de requalificação da Avenida Castelo Branco representam um importante marco no desenvolvimento urbano de Goiânia. “Com um planejamento cuidadoso e a participação ativa da comunidade, espera-se que a avenida se torne não apenas um ponto de passagem, mas também um espaço de convivência e lazer para os cidadãos da capital goiana”, acredita José Lima Alves, lojista da região.

Obra simplificada

Quando o prefeito Rogério Cruz assinou a ordem de serviço, a informação era que a obra seria no trecho entre a Praça Ciro Lisita, no Setor Coimbra, até o trevo da GO-060, onde termina a via, somando 6,5 quilômetros. Apesar disso, passados quase 10 meses, a obra está mais avançada apenas em um trecho de dois quilômetros.

A requalificação da avenida visa reforçar e valorizar a identidade daquela região de Goiânia como um polo do comércio agropecuário. O projeto entregue pelos comerciantes em 2018 era mais robusto e sugeria reformas estruturantes, de drenagem e até o uso de fração subterrânea. Entretanto, quando foi licitada, a proposta foi simplificada pela Prefeitura.

O projeto original era mais robusto do que o executado pela JFE e envolvia reformas estruturantes, de drenagem e até o uso de fiação subterrânea. O atual projeto nunca ficou totalmente claro, mas envolvia basicamente a troca do formato do canteiro central, com substituição de árvores e instalação de um piso específico e de placas informando sobre a agrovia.

A reforma envolveria um trecho de 6,5 km, entre 0 cruzamento com a GO-060 e a Praça Ciro Lisita, porém só foram executadas pouco mais de 2 km do previsto, até a Praça Dom Prudêncio. Foi colocado o piso drenável, mas nada de placas nem pórticos e minipórticos prometidos. A revitalização de três praças também não foi iniciada.

O distrato com a JFE foi assinado em setembro do ano passado a pedido da própria empresa, que não tinha mais interesse em seguir com a obra. Antes disso, foi cerca de um ano – entre julho de 2022 e julho de 2023 – que a obra andou com bastante lentidão segundo reclamações de comerciantes

O plano de trabalho publicado no DOM aponta que o novo processo licitatório teria início no dia 9 de janeiro e seria concluído em 8 de abril. A emissão da ordem de serviço, que permite a nova empresa a começar os trabalhos, está planejada para um dia entre 27 de junho e 27 de julho. Já a execução da obra que resta duraria três meses, entre agosto e novembro.

A assinatura do termo aditivo tem data de 29 de dezembro, mas o documento só foi publicado agora, em fevereiro. Em nota a Secretaria Municipal de Administração (Semad), responsável por realizar o novo processo licitatório, informou apenas que esse processo estaria “fracassado” e uma nova licitação seria realizada, sem informar a data. Já a pasta de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh), que cuida do projeto, não respondeu aos questionamentos feitos.

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