Pesquisadores da UFG encontram ovos de Aedes aegypti infectados com zika e chikungunya

O estudo foi publicado no dia 23 de fevereiro na revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Postado em: 26-02-2024 às 10h07
Por: Matheus Santana
Imagem Ilustrando a Notícia: Pesquisadores da UFG encontram ovos de Aedes aegypti infectados com zika e chikungunya
O tempo de permanência do vírus nos insetos ainda é desconhecido, demandando mais estudos nesse sentido | Foto: Agência Brasil

Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) identificaram ovos do mosquito Aedes aegypti contaminados pelos vírus zika e chikungunya. Os estudos revelaram que os mosquitos emergidos desses ovos também estavam infectados, demonstrando a transmissão vertical, na qual o vírus é passado do mosquito adulto para as larvas.

Segundo um dos estudiosos que participou da pesquisa, embora mecanismos semelhantes de transmissão fossem conhecidos, pouco se sabia sobre sua ocorrência em áreas urbanas. Ele destacou que ovos infectados podem resistir a condições adversas, como períodos de seca, eclodindo posteriormente durante as chuvas. Isso representa um alerta para a vigilância epidemiológica, pois esses mosquitos não precisam buscar hospedeiros humanos para iniciar a transmissão, sendo altamente infecciosos desde o início.

O estudo, publicado no dia 23 de fevereiro na revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, detalha os resultados obtidos a partir da coleta de ovos de Aedes aegypti em diversas áreas de Goiânia. Os ovos foram cultivados em laboratório e submetidos a testes PCR para detectar a presença dos vírus da dengue, zika e chikungunya nas larvas. Dos 1.570 ovos analisados, 20 apresentaram resultado positivo para chikungunya e 10 para zika.

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Essa descoberta representa um desafio para a saúde pública, uma vez que há a possibilidade de transmissão dessas doenças para humanos. O tempo de permanência do vírus nos insetos ainda é desconhecido, demandando mais estudos nesse sentido.

Para prevenir a propagação dessas doenças, o biólogo enfatizou a importância das medidas conhecidas, como a eliminação de criadouros, o combate à água parada, o uso de repelentes e o monitoramento constante das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

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