Produção de café tem crescimento estimado em 26,7%

Aumento proporcionará uma produtividade média de 43,6 scs/ha, 16,2% acima da colhida em 2023

Postado em: 04-04-2024 às 12h00
Por: Alexandre Paes
Imagem Ilustrando a Notícia: Produção de café tem crescimento estimado em 26,7%
Esse crescimento se deve ao aumento de 9,1% na área em produção e, principalmente, à bienalidade positiva | Foto: Reprodução/Seapa

A produção de café do Brasil em 2024 deve atingir 58,08 milhões de sacas de 60 kg, um aumento de 5,5% em relação a 2023, conforme uma projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A safra no maior produtor e exportador global de café deverá se confirmar como ano de bienalidade positiva, afirmou o órgão, observando que em 2023 iniciou-se uma fase de recuperação das produtividades das lavouras devido a condições climáticas mais favoráveis, após adversidades nos dois anos anteriores.

Vale lembrar que as safras de 2021 e 2022, por adversidades climáticas,tiveram baixas produtividades, modificando a tendência de crescimento que vinha se verificando na série de produção. Já em 2023, com as condições climáticas mais favoráveis, deu-se início à fase de recuperação das produtividades.

A área total, destinada à cafeicultura no país em 2024, espécies arábica e conilon, totaliza 2,25 milhões de hectares, aumento de 0,8% sobre a área da safra anterior, com 1,92 milhão de hectares destinados às lavouras em produção, crescimento de 2,4% em relação ao ano anterior, e 336,3 mil hectares em formação, redução de 7% em comparação ao ciclo anterior.

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Vale destacar que, nos ciclos de bienalidade negativa, os produtores costumam realizar tratos culturais mais intensos nas lavouras, promovendo algum tipo de manejo como poda, esqueletamento ou recepas em áreas que só entrarão em produção nos próximos anos. Nas últimas safras, a estabilidade na área brasileira de café tem sido compensada pelos ganhos de produtividade, representados pela mudança tecnológica observada na produção cafeeira, fatores que justificam os ganhos de produtividade.

A primeira estimativa para a área total da espécie indica crescimento de 1,1%, situando-se em 1,82 milhão de hectares. Desse total, 1,53 milhão de hectares estão em produção e 297,5 mil hectares em formação. O cultivo do arábica corresponde a 80,9% da área total destinada à cafeicultura nacional.

Nesta temporada, de bienalidade positiva, ocorre crescimento de 2,7% na área em produção e redução 6,2% na área em formação.

Minas Gerais concentra a maior área com a espécie, 1.358,9 mil hectares, correspondendo, nesta safra, a 74,5% do total ocupado com café arábica no País.

Safra em Goiás 

Esse início de ciclo ficou marcado por episódios importantes de altas temperaturas e períodos de estiagem, que afetaram algumas lavouras, principalmente na região produtora de Catalão. Ali, essa escassez pluviométrica comprometeu a disponibilidade hídrica tanto nos solos quanto nos reservatórios utilizados para a irrigação e isso afetou a cultura, principalmente nas fases críticas como a floração e formação dos frutos, registrando casos pontuais de abortamento floral acima do percentual médio.

Vale ressaltar que nessa região, devido ao cenário climático, houve registro de alta incidência de bicho mineiro (Leucoptera coffeella) em algumas lavouras, acentuando ainda mais os danos sobre a cultura e o seu potencial produtivo na localidade.

Nas regiões de Cristalina e de São João D’Aliança, que são também regiões cafeicultoras importantes no estado,as condições climáticas foram mais amenas e permitiram uma floração mais uniforme e um início de desenvolvimento dos frutos com bom rendimento.

As perspectivas atuais são de incremento, tanto na área em produção, oriundo da adição de áreas que estavam em formação e que agora produzirão nesse ciclo, quanto na produtividade média, esse ligado principalmente ao efeito da bienalidade positiva prevista para esta temporada.

Já para a área em formação, as estimativas apontam para drástica redução em comparação a 2023 por conta da erradicação de áreas velhas e pouco produtivas e também pelo planejamento mais otimista do produtor em manter áreas, mesmo que menos produtivas, em um ciclo de bienalidade positiva na expectativa de obter resultados que ao menos lhes permitam algum retorno, para na bienalidade negativa adotar manejos mais drásticos.

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