Usuários do transporte coletivo anseiam chegada da nova frota de veículos elétricos

Nova frota será composta por 1.020 ônibus de linhas estruturantes, 83 veículos elétricos do Eixo-Anhanguera e 67 do BRT Norte-Sul

Postado em: 09-04-2024 às 08h00
Por: Alexandre Paes
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A primeira etapa será entregue até julho deste ano, com 200 novos ônibus, bem como obras no Terminal Novo Mundo | Foto: Wesley Costa e Rômulo Carvalho

Os passageiros que utilizam o transporte coletivo em Goiânia e na região metropolitana estão aguardando com grande expectativa a chegada dos novos ônibus elétricos na cidade. Após anúncios recentes das autoridades locais sobre o “Projeto Nova RMTC” promete uma reestruturação completa do transporte público com a substituição de 1.200 veículos novos, todos com ar-condicionado.

Mas o que realmente chamou a atenção daqueles que usam diariamente os ônibus do transporte público foi a introdução de uma frota de ônibus elétricos na capital goiana, onde muitos passageiros têm expressado esperança por uma mudança positiva no sistema de transporte público. 

Circulando pela região central da cidade, conversamos com diversos passageiros para entender as perspectivas. Dona Maria da Silva, 62, é uma passageira assídua do transporte coletivo, e compartilhou a empolgação com a iniciativa: “Eu mal posso esperar para ver esses novos ônibus elétricos circulando pela cidade. É uma ótima notícia para o meio ambiente e para todos nós que dependemos do transporte público”.

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Por outro lado, José Pereira, 41, um trabalhador que utiliza o ônibus diariamente para ir ao trabalho, expressou preocupações sobre a possível interferência na pontualidade dos horários de chegada dos ônibus: “Espero que esses novos ônibus elétricos não causem atrasos. Já é difícil o suficiente chegar ao trabalho a tempo todos os dias”.

Além disso, os passageiros estão ansiosos para desfrutar dos benefícios adicionais que os ônibus elétricos podem oferecer, como uma viagem mais silenciosa e suave, o que pode contribuir para uma experiência de transporte mais agradável.

Enquanto isso, Ana Souza Lima, 22, uma estudante universitária, está ansiosa pela promessa de um ambiente mais silencioso, climatizado e espaçoso durante as viagens: “Se esses novos ônibus elétricos forem realmente mais silenciosos, será um alívio. Às vezes, é impossível estudar ou ler durante o trajeto com todo o barulho dos ônibus antigos”.

João Oliveira, 65, um idoso que utiliza o transporte público para suas consultas médicas, destacou a importância da acessibilidade que os novos modelos de veículos devem trazer, conforme anunciado. “Espero que esses novos ônibus sejam mais acessíveis para pessoas como eu, que têm dificuldades de locomoção. É fundamental que todos possam se beneficiar dessa modernização”.

O ambientalista e usuário do transporte, Vinicius Souto, 36, ficou feliz e, ver a adoção de tecnologias mais limpas e sustentáveis no transporte público da cidade. “Estou contente em saber que Goiânia está investindo em ônibus elétricos. Isso mostra um compromisso com o meio ambiente e o bem-estar dos cidadãos”, afirmou entusiasmado.

Com uma frota nova, a Companhia Metropolitana do Transporte Coletivo (CMTC) afirma que os usuários terão maior conforto e dignidade. “Nós estamos falando de renovação completa da frota, que hoje atende a região metropolitana, então uma frota nova sempre traz mais conforto. E lógico, atendemos um pedido dos usuários do transporte coletivo, que é a substituição dessa frota atual”, exemplificou o presidente da CMTC, Tarcísio Abreu. 

“Quando se fala de ônibus elétrico a gente já pensa que agora vamos ter ar condicionado, bancos confortáveis e ônibus que não quebram”, argumentou o estudante universitário, Henrique Lima. Segundo a CMTC, atualmente a capital e região metropolitana já contam com ônibus elétricos em operação. 

“Precisa ser feito esse planejamento. Porque existe também a questão da indústria. Não é só a Goiânia hoje que está em busca de veículos novos, mas o Brasil todo hoje busca renovação de carros elétricos. Então a gente precisa entrar nessa esteira de renovação da frota junto às montadoras e junto à indústria que produz esses carros hoje. Então isso será feito de forma progressiva, gradual, dentro de um planejamento”, conta Tarcísio. 

A companhia disse ainda que a partir do planejamento operacional, será redefinido toda a nossa rede, quantidade de linhas, extensões das linhas, qual que é o direcionamento, ponto de origem e destino dos nossos passageiros. Então, essa frota irá atender a demanda necessária. 

“Nós podemos, hoje, trabalhar com 120 a 110 ônibus. O importante é que nós teremos ônibus suficientes para poder atender essa demanda. Lembrando que os ônibus do Eixo Anhanguera que estão sendo adquiridos, esses primeiros seis ônibus, que já tem dois, em operação, em fase de teste”, exemplificou.

“O corredor do Eixo Anhanguera terá uma frota 100% de veículos elétricos, assim como o BRT Norte-Sul. A ideia é que os nossos corredores trabalhem com carros elétricos, ou seja, aproximadamente mais de 120 ônibus elétricos que irão circular dentro da nossa região metropolitana”, complementou Abreu.

Goiás recebe primeiro ônibus elétrico superarticulado do mundo

Em fevereiro, Goiás recebeu o primeiro modelo de ônibus elétrico superarticulado do mundo. O D11A, como é conhecido, tem 23 metros e possui autonomia para até 250 km com uma única carga. O carro integrará o sistema de BRT de Goiânia, na capital do Estado. O modelo está equipado com 516 kWh em capacidade de bateria. Além disso, possui piso alto equipado com elevador para pessoas com deficiência ou dificuldade de mobilidade. 

De acordo com a empresa, o ônibus elétrico superarticulado foi desenvolvido para causar o mínimo possível de sobrecarga à rede elétrica das grandes cidades. Inicialmente, o governo do Estado adquiriu seis ônibus do modelo D11A. Segundo a BYD, o projeto prevê mais 59 veículos do mesmo tipo integrados ao transporte público da região.

Quando lançado, a primeira etapa do projeto, que se encerra em julho de 2024, promete entregar 200 novos ônibus, sendo 6 ônibus articulados de 23 metros para o Eixo- Anhanguera e 6 ônibus Super Padron de 15 metros para o BRT Norte-Sul. Já para as linhas alimentadoras serão 122 veículos convencionais, 60 veículos super padron de 15 metros e 6 veículos padron elétricos de 12,7 metros.

O Eixo Anhanguera, linha existente há mais de 40 anos, não tinha a frota renovada desde 2011 e beneficia cerca de 150 mil usuários. Ainda neste ano, 80 ônibus elétricos vão ganhar as ruas e serão 150 até 2026. “A Metrobus será a primeira empresa brasileira com sua frota inteiramente eletrificada, graças ao apoio do Governo e das prefeituras”, afirmou o diretor-presidente da Metrobus, Francisco Caldas.

Ao todo, serão 1.170 novos ônibus climatizados até 2026, sendo 150 elétricos, que contemplarão também o Eixo BRT Norte-Sul e linhas alimentadoras. O aporte de investimentos para o projeto é de R$ 1,6 bilhão, sendo R$1,2 bilhão somente para aquisição da nova frota, que prevê melhorias para todo o transporte coletivo da Grande Goiânia.

“Gestões anteriores não assumiram o problema. Nós nos reunimos com as prefeituras e reformulamos todo esse sistema, sem aumentar nenhum centavo no valor da tarifa”, afirmou o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, que também é presidente da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC).

Embora as datas exatas para a chegada dos novos ônibus elétricos ainda não tenham sido divulgadas, a expectativa e o otimismo entre os passageiros continuam a crescer à medida que a cidade avança em direção a um futuro mais verde e sustentável no transporte público. A implementação desses ônibus representa um passo significativo em direção à modernização e melhoria do sistema de transporte coletivo de Goiânia.

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