Psicóloga destaca importância da Comunicação Não Violenta (CNV) para relações saudáveis

A CNV é uma metodologia específica que visa promover uma comunicação saudável e construtiva

Postado em: 13-04-2024 às 08h00
Por: Ronilma Pinheiro
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A CNV é uma metodologia específica que visa promover uma comunicação saudável e construtiva | Foto: Reprodução

Em um relato comovente, Maria Aparecida, cujo nome foi alterado para proteger a identidade da família, compartilha sua angústia ao lidar com a depressão de seu filho único, de 26 anos. Segundo ela, o jovem é notavelmente fechado e resistente a se abrir sobre seus sentimentos, mesmo em momentos de crise.

“Sim, ele é muito fechado, tem depressão e não se abre comigo”, lamenta Maria. “Quando está em crise, não gosta nem de ouvir minha voz, que dirá me ver, simplesmente não sai do quarto.”

A mãe anseia por uma conexão mais profunda com o filho, expressando o desejo de conversar sobre uma variedade de assuntos, desde sentimentos até sonhos e projetos. No entanto, a dificuldade de estabelecer essa comunicação, impede um bom relacionamento entre mãe e filho.

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“Qualquer mãe fica ansiosa em não saber como lidar com seu filho e perceber que ele não é feliz!”, desabafa Maria.

Apesar de ter recebido acompanhamento psicológico por mais de dois anos, o jovem ainda enfrenta obstáculos significativos em sua saúde mental. Maria relata que o suporte profissional não teve o impacto esperado, o que a deixou ainda mais descrente diante da situação.

O relato da mãe reflete o desafio enfrentado por muitas famílias que lidam com questões de comunicação, independente de haver algum problema relacionado à saúde mental.

Nádia Santana, psicóloga, enfatiza a relevância da Comunicação Não Violenta (CNV) como uma metodologia essencial para estabelecer relações interpessoais saudáveis e funcionais. Segundo ela, a CNV foi desenvolvida com o propósito de fornecer ensinamentos valiosos sobre como comunicar de maneira respeitosa e eficaz.

Embora reconheça a eficácia da CNV, a psicóloga também destaca a importância de outras abordagens que compartilham o mesmo objetivo de melhorar a comunicação interpessoal. Ela menciona um método próprio, desenvolvido para alcançar resultados semelhantes ao da CNV, mas com abordagens distintas.

Nádia Santana identifica a falta de habilidades de comunicação como uma das principais razões pelas quais muitas pessoas enfrentam dificuldades em seus relacionamentos interpessoais. Ela ressalta que, enquanto as pessoas são ensinadas a falar, andar e escrever, muitas vezes não recebem orientação adequada sobre como se comunicar de forma clara e eficaz.

Santana observa que os modelos de comunicação predominantes na sociedade frequentemente se enquadram em extremos, como a comunicação agressiva ou a evitação de conflitos. Ela defende a importância da comunicação assertiva como um equilíbrio saudável entre esses extremos.”A comunicação assertiva, a comunicação saudável, ela está entre essas duas comunicações”, destaca.

“Atualmente tem se falado muito que guardar os sentimentos causa doenças, causa mal para a pessoa, eu acho que nós temos que ter uma ressalva aí, que a gente não deve simplesmente não guardar os nossos sentimentos e falar de qualquer maneira”, explica Santana.

Ela destaca os riscos de expressar sentimentos de forma inadequada, incluindo a possibilidade de danificar relacionamentos íntimos. No entanto, ressalta a importância de encontrar um equilíbrio saudável entre expressar emoções e fazê-lo de maneira respeitosa e construtiva.

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