8 mil motoristas goianos tem CNH suspensa em 2023
Dirigir embriagado, ameaçar pedestres, fazer manobras perigosas, não utilizar cinto de segurança e transitar na contramão, estão entre as infrações que colaboram para a suspensão da CNH
Por: Redação
Thais Teixeira
A suspensão ou cassação da CNH são medidas disciplinadoras aplicadas quando o condutor acumula um determinado número de pontos por infrações no período de um ano. Em 2023, após atos infracionais no trânsito, 8.506 motoristas tiveram a suspensão do direito de dirigir. Desse total, 11 motoristas tiveram a cassação da CNH, 489 condutores foram impedidos de serem habilitados e 1.666 permissionários foram penalizados após a expedição da carteira de motorista.
O Jornal O HOJE fez uma apuração junto a assessoria do Detran Goiás que explicitou que na suspensão o condutor, após o cumprimento da penalidade pode fazer o curso de reciclagem para ter novamente direito de dirigir. Na cassação o motorista perde a CNH e tem que refazer todo o processo novamente depois de 12 meses.
Nos casos dos recém-habilitados com PPD – Permissão Para Dirigir, ou carteira provisória, o infrator perde o direito de pegar a CNH. Na circunstância da suspensão, o tempo determinado para fazer a reciclagem é definido de acordo com o tipo de infração cometida que pode ir de grave à gravíssima.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) considera que infrações graves para a suspensão da CNH ocorre em casos como: não utilizar cinto de segurança, deixar de prestar socorro às vítimas de trânsito, quando solicitado; parar veículo em via de alto velocidade, transitar na contramão, seguir veículos de emergência (ambulâncias, por exemplo), fazer retorno em local proibido,transitar em velocidade superior à permitida até 50% em vias locais, transportar pessoas ou animais na parte externa do veículo (caçamba).
As infrações gravíssimas que suspendem a CNH, são: dirigir embriagado ou sob influência de qualquer substância que determine dependência, dirigir ameaçando pedestres ou outros veículos, disputar corrida, usar o veículo para demonstrar ou exibir manobras perigosas, transitar em velocidade 50% superior ao limite da via
O presidente do Detran, Delegado Waldir, contou ao O HOJE que o código de trânsito de 1997 funciona como uma divisão de responsabilidade de municípios, estados e da União,e que o principal objetivo da lei é reduzir os números de mortes e de pessoas feridas por acidentes de trânsito. Waldir, também explicou que para reduzir as infrações de trânsito o Detran faz trabalhos educativos em escolas, praças, universidades e na mídia.
“ Anualmente, você vai ver várias campanhas de trânsito trabalhando a questão da redução do número de mortes, de acidentes, e de infrações de trânsito. Agora mesmo, a campanha Maio Amarelo tem esse objetivo. Além disso, são feitos trabalhos de engenharia e fiscalização. Existe esse tripé hoje que é educação, fiscalização e engenharia”, pontuou ele.
Para entender melhor os impactos dessa medida, o jornal O HOJE conversou com dois motoristas que tiveram suas CNHs suspensas. “Confesso que nunca dei muita importância para as multas que recebia. Achava que era algo normal e que não teria consequências sérias”, lamenta Pedro Lima Silva, 36 anos, um dos condutores afetados pela suspensão. “Mas agora percebo o quão irresponsável fui. Estou enfrentando dificuldades para me deslocar até o trabalho e realizar tarefas simples do dia a dia. É um aprendizado duro, mas necessário.”
A técnica de enfermagem, Maria Oliveira Souto, 45 anos, também compartilha a experiência negativa de ficar com a CNH suspensa: “Fui pega de surpresa quando recebi a notificação de suspensão da minha habilitação. Sempre fui uma motorista cuidadosa, mas um descuido pode custar caro. Estou repensando minha postura no trânsito e buscando formas de me reeducar para evitar novas infrações”.