Primeiro transplantado de medula óssea pelo SUS do HGG recebe alta

Patrick Brunner Viana de Assis, de 24 anos, estava internado no Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG) desde o dia 14 de abril, após fazer o procedimento de transplante entre vivos

Postado em: 08-05-2024 às 08h00
Por: Ronilma Pinheiro
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Patrick Brunner Viana de Assis, de 24 anos, comemora a alta hospitalar com equipe médica do HGG | Foto: Divulgação/SES-GO

Patrick Brunner Viana de Assis, de 24 anos, estava internado no Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG) desde o dia 14 de abril, onde faz tratamento contra o Linfoma de Hodgkin – tipo de câncer que se origina no sistema linfático.

No último dia 24 de abril, o jovem se tornou o primeiro paciente a ser submetido ao transplante de medula óssea na unidade de saúde. O procedimento foi um sucesso segundo a equipe médica. Tanto, que Assis recebeu alta hospitalar nesta terça.

Médico hematologista e membro da equipe do Serviço de Transplante de Medula Óssea do HGG, Leandro Bariani, explica que o transplante de medula óssea é uma modalidade terapêutica de alta complexidade.

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No caso de Patrick, o procedimento utilizado foi o autólogo, onde as próprias células-tronco hematopoiéticas do paciente são removidas antes que a quimioterapia ou radioterapia de alta dose seja administrada, e, então, são armazenadas. Após a quimioterapia ou a radiação estar finalizada, as células colhidas são infundidas no paciente novamente, de acordo com o especialista.Nesta modalidade de transplante não há a necessidade de um doador.

“Inicialmente a gente faz um processo de mobilização que é pra coletar essas células-tronco e armazená-las. Num segundo momento o paciente entra para unidade de transplante onde é internado e recebe uma quimioterapia em altas doses”, detalha o hematologista, ao destacar que após o procedimento, o paciente passa cerca de 10 a 15 dias em observação para recuperação da medula óssea e da imunidade. Após todos esses processos, o paciente está apto a receber alta, como é o caso do jovem Patrick Brunner. 

A coleta preferencialmente é feita através de uma máquina que lembra um procedimento como se fosse uma hemodiálise, segundo o especialista. “Então o sangue do paciente passa nessa máquina ela detecta essas células-tronco que foram estimuladas, coleta elas numa bolsa separada e devolve o sangue pro paciente”, explica.

Para que o paciente precise passar pelo transplante, é feito um diagnóstico que mostra a fase do tratamento e gravidade da situação. No entanto, de modo geral, os pacientes portadores de linfoma que não respondem 100% à quimioterapia, que é a primeira linha de tratamento, precisam ser submetidos ao transplante, segundo Bariani.

Ao comentar sobre as possíveis intercorrências que podem ocorrer no processo do transplante e que podem colocar a vida do paciente em risco, o hematologista afirma que esse tipo de problema é mais comum na fase em que a medula óssea foi enxertada mas ainda não está funcionando completamente. “Onde tem uma imunossupressão e existe um risco de infecção maior”, explica.

Apesar disso, a taxa de óbito a nível global, segundo o especialista, gira em torno de 5% apenas. Bariani salienta que apesar da alta, o paciente deverá ter cuidados, devido à fragilidade de seu sistema imunológico, uma vez que nestes primeiros dias há o risco, ainda que leve, de imunossupressão, que é a diminuição da resposta imune do organismo.

Nesse momento, o paciente passa por uma reconstrução do sistema imunológico. Patrick deve passar por um período de acompanhamento, vai ser vacinado com várias vacinas, que incluem: Influenza, Hepatite A, Hepatite B e outras do calendário de pacientes transplantados. Além disso, pelos próximos 180 dias, ele vai passar por algumas limitações, mas logo estará livre para viajar e exercer suas atividades habituais.

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